Bolsonaro compra voto, capangas batem em jornalistas

13/12/2021 12:47 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Capangas que integram a segurança armada do presidente da República agrediram jornalistas da TV Bahia e da TV Aratu. Os profissionais foram vítimas dos delinquentes durante visita de Jair Bolsonaro ao território baiano, castigado por forte chuva no fim de semana. A hostilidade do Planalto com a imprensa é uma das marcas mais fortes no desgoverno que arrasa o Brasil desde 2019.

Mas o ataque dos gorilas que cercam o Messias representa algo mais, além do desprezo presidencial por liberdade de expressão. É um sinal evidente da pressão por que passa o amigão de milícia, ao perceber, diariamente, que a sua hora está chegando. Bolsonaro não será reeleito. Ninguém sabe como chegaremos ao dia da eleição.

A cada pesquisa que vai à praça, as más notícias se acumulam para o presidente que desonra o cargo. Cai a aprovação ao governante, sobe a rejeição ao candidato que tenta se reeleger. É essa a equação que se consolida mês a mês, como mostram sucessivos levantamentos dos maiores institutos de pesquisa que temos aí.

O ambiente cada vez mais tenso turbina o ódio que sempre moveu essa turma. Por isso, a truculência ao encarar uma simples pergunta, diante dos microfones da imprensa profissional. Nesse episódio da Bahia, a sessão de agressões contou com um cúmplice nativo, um secretário municipal que desferiu socos num repórter.

Os números pesquisados até aqui indicam Lula firme no segundo turno, perigando levar a parada de 2022 ainda no primeiro tempo. Na contramão, descendo a ladeira, Bolsonaro despenca e pode ficar em terceiro, com uma “terceira via” chegando pra brigar com o petista (Moro é o sonho de alguns). 

No meio de um cenário terrivelmente nebuloso, vendo a iminente derrota acenar daqui a algumas semanas e esquinas, o presidente atua em duas frentes. Na primeira, arromba os cofres com a mão grande e sai comprando voto Brasil adentro. Nessa operação, conta com a parceria indispensável de dois especialistas, digamos assim: Ciro Nogueira e Arthur Lira.

E na segunda frente, Bolsonaro aduba o percentual mais fiel de sua seita, aquele núcleo duro formado por patriotas engajados no combate ao comunismo e à ideologia de gênero.

Essas duas frentes também podem ser resumidas mais ou menos assim: é orçamento secreto pra cá e porrada em jornalistas pra lá. Bolsonaro quer ganhar no grito! E na base da corrupção escancarada.

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