Bolsonaro fora do segundo turno e o duelo entre Lula e Sergio Moro

03/12/2021 12:41 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Sergio Moro vai ultrapassar Bolsonaro até fevereiro de 2022. É o que dizem presidentes de alguns partidos sobre a corrida pela Presidência da República. A informação é da Folha de S. Paulo. Ou seja, em dois meses os números das pesquisas podem confirmar a impressão que parece ser quase generalizada: Jair Messias derrete e, com a entrada de Moro, periga mesmo ficar fora do segundo turno.

Nesse caso, o grande duelo seria entre Lula e Moro. Parece trama de cinema. O juiz que prendeu o adversário agora tenta derrotá-lo nas urnas, no voto popular, no julgamento do povo. E o petista, vítima da parcialidade implacável de quem deveria zelar pela neutralidade, tem tudo para dar o troco. É o que garantem os institutos que apuram a tendência do eleitor. Que coisa!

A chance de Geraldo Alckmin ser vice de Lula irrita setores da esquerda, mas parece incomodar mais os rivais da direita e os reacionários. É que uma aliança entre o petista e o quase ex-tucano desmonta o discurso de extremismo contra Lula. Fica sem pé nem cabeça falar em polarização entre dois radicais, a tosca tentativa de igualar o ex-presidente ao capitão da tortura. Não dá.

A novidade das últimas horas é o movimento de Moro sobre a formação da chapa. Filiado ao Podemos, ele namora o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que até agora não havia sido citado nas especulações eleitorais. Em 2018, ele ensaiou candidatura a presidente, mas acabou caindo fora quando percebeu que possíveis parcerias não decolavam.

Na grande imprensa, Moro continua ganhando elogios e abordagens cheias de salamaleques. Num ato falho, Eliane Cantanhede escreveu no Estadão que “tudo conspira” em favor do pré-candidato. Sem querer, se revelou mais torcedora que analista. O mais curioso, porém, foi o verbo “conspirar”, logo ali, nas páginas da família Mesquita.

Sem querer reproduzir qualquer teoria da conspiração, a parada que se desenha é esta aqui: Moro conta com o apoio de pesos pesados do velho sistema, os mais poderosos e mais endinheirados, no topo da nossa elite degenerada e ignorante. Querem escalar um xerife obediente que lhes garanta os privilégios de sempre. 

Se o “magistrado” suspeito avançar pra cima de Bolsonaro, ficando em segundo lugar já em fevereiro, a campanha pega fogo. Ao ver a reeleição virtualmente perdida, sabe-se lá o que o presidente em desespero é capaz de aprontar. Já a turma do “mercado” fará qualquer coisa, geralmente algo além do indecente, para viabilizar Moro, o candidato dos bandidões da República.

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