O câncer de pele não melanoma é o tipo mais frequente de câncer no Brasil, correspondente a 30% dos tumores malignos registrados em território brasileiro. Isso se dá por conta do clima tropical do país, que possui elevada incidência de raios solares durante quase todos os meses do ano.
O oncologista André Luiz explicou ao CadaMinuto que há três tipos de câncer de pele são eles: o câncer de pele não melanoma, câncer de pele melanoma e o melanoma maligno, considerado o mais grave. Para ele, é necessário conscientizar mais a população sobre o câncer de pele e seus riscos, pois nem todos têm conhecimento sobre a gravidade da doença.
O câncer de pele é mais comum em pessoas acima dos 40 anos de idade, exceto quando se tem uma rara doença genética, chamada “ Xeroderma Pigmetosum “, no qual os tumores malignos da pele iniciam na 2° década da vida da pessoa, conta André Luiz.
O oncologista alerta que o principal fator de risco é o excesso de luz solar, especialmente em peles de cor clara, com pouca melanina, que é um agente natural com um fator protetor contra os raios solares UV.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontam que a taxa de incidência do câncer de pele não melanoma em Alagoas é de 51,08 casos para cada 100 mil homens e 43,01 para cada 100 mil mulheres.
Já para o câncer de pele melanoma, a incidência de casos para os homens alagoanos é de 1,14 a cada 100 mil, e para mulheres 1,27 a cada 100 mil.
Prevenção

A dermatologista Mirella Oliveira conta que o principal fator de risco para desenvolver algum tipo de câncer de pele é a exposição solar prolongada e desprotegida, mas outras características também podem influenciar a incidência da doença, como exposição a câmaras de bronzeamento artificial e histórico familiar de câncer de pele.
Existem diversos tipos de câncer de pele, Mirella explica que os mais frequentes são os não melanoma, sendo os dois principais o carcinoma basocelular e o espinocelular.
Entre as dicas da médica para prevenir o câncer de pele, as principais são: “evitar a exposição solar nos horários onde há maior incidência de raios ultravioletas B que é carcinogênico, ou seja, possui um grande potencial de transformar células da pele saudáveis e benignas, em células malignas que formam o câncer. Esses raios incidem sobre a Terra no período entre as 9h e as 16h. Caso tal exposição seja inevitável ou necessária, deve-se buscar todos os meios de proteção possíveis como filtros solares, chapéus, óculos de sol, roupas com proteção UV, guarda-sol, dentre outros”.
Mirella também esclarece que o melhor cuidado é a prevenção, pois o dano que o sol causa na pele é cumulativo durante todos os anos de vida em que o indivíduo se expôs ao sol. “A exposição solar deve ser realizada de forma consciente, evitando os horários de pico e sempre de forma controlada e protegida”.
Já no caso das pessoas que têm ou tiveram algum tipo de câncer de pele, é necessário fazer consultas regulares a cada seis meses com médicos dermatologistas, pois têm mais chance de desenvolver um outro tipo de câncer de pele do que as pessoas que nunca tiveram.
A dermatologista também reforça que, por vivermos em um clima tropical com alta incidência de raios solares durante muitos meses do ano, típicos do Norte e do Nordeste do Brasil, é comum que haja vários registros de câncer de pele na população. Mas nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país os índices de câncer de pele também podem ser elevados, por conta do fototipo mais baixo que prevalece nesta população: “pele branca, olhos e cabelos claros, o que também são fatores de risco importantes”, ressalta a doutora.
Ela tranquiliza que, para que os cânceres de pele mais frequentes se desenvolvam, é preciso vários anos de exposição solar prolongada e desprotegida. “No caso dos cânceres do tipo melanoma, as queimaduras solares esporádicas são mais importantes para sua origem do que a exposição prolongada durante anos. Mesmo assim, o histórico de melanoma em parentes de primeiro grau constitui seu principal fator de risco”, conclui.
Tratamento
A Secretária Municipal de Saúde de Maceió (SMS) informa que o tratamento dos cânceres de pele depende do quadro do paciente. Muitos deles precisam apenas de cirurgia local, já em outros mais agressivos são outras condutas.
De acordo com o oncologista André Luiz, o tratamento cirúrgico é mais eficaz quando a doença está em sua etapa inicial. A quimioterapia e a imunoterapia podem ser necessárias em casos mais avançados da doença ou com metástases.
*Estagiárias sob supervisão da editoria