Fracasso e vexame nas prévias tucanas mostram PSDB ferido de morte

22/11/2021 10:52 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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As prévias tucanas deste domingo foram pro espaço. Um vexame. Se tudo tivesse corrido nos conformes, o PSDB estaria agora com um nome escolhido para ser o candidato do partido a presidente em 2022. João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgílio Neto brigavam pelos votos dos filiados para assegurar a condição de presidenciável. Deu tudo errado. O fiasco não é exatamente uma surpresa, dado que a crise corrói a tucanada desde as eleições de 2018.

A votação dos filiados da legenda foi cancelada após episódios de falha num aplicativo usado no processo eleitoral. Era forte a suspeita de fraude ou algo por aí. Ninguém se entendia ao longo do domingão, até que tudo foi cancelado no meio da tarde. Quando haverá então a escolha definitiva do candidato da legenda? Até agora ninguém arrisca cravar data nenhuma.

Prévias eleitorais não se inscrevem entre as tradições da política brasileira. Como já escrevi aqui, todo mundo defende o “caminho mais democrático” para definir a candidatura, mas na Hora H não é bem assim que a coisa acontece. São as cúpulas partidárias e os caciques que acabam decidindo a parada.

A ironia é que o PSDB se destrói em praça pública para definir seu candidato, mas nenhum dos três postulantes tem voto. Ao menos até agora, Lula lidera todas as pesquisas, com Bolsonaro em segundo lugar. O paulista Doria e o gaúcho Leite estão ali na casa dos três ou quatro por cento. O ex-prefeito de Manaus nem pontua. Ou seja, são nomes perfeitos para a derrota.

Claro que o panorama deve mudar – sempre muda – com a proximidade das eleições. Na campanha pra valer, o jogo pesado pode provocar estragos em projetos que a princípio pareciam seguros. Lula naturalmente terá de enfrentar o fantasma da corrupção. Os adversários vão pra cima com a receita de sempre – mesmo com toda a desmoralização da Lava Jato.

Mas voltemos ao fiasco das prévias tucanas. Após o desfecho trágico do domingo, ninguém sabe ao certo o que vai ocorrer a partir de agora. Virgílio chama Eduardo Leite de “mimado” e diz que o gaúcho é controlado pelo deputado Aécio Neves. Doria repete a mesma acusação. Tá feia a coisa. 

A única certeza, compartilhada por quase todo mundo que observa a arena política, é que o PSDB está na lona. A plateia assiste à agonia de uma legenda ferida de morte. A chance de levantar, após a contagem, é praticamente zero. Ganhar a presidência em 2022 nessa toada é quase uma aposta delirante.      

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