Decadente, PSDB produz tumulto em prévias

16/11/2021 14:43 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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As prévias tucanas viraram palco de trapalhadas, acusações e rasteiras. Quem diria que o PSDB chegaria a essa situação depois de tudo o que viveu até um dia desses. Esteve no auge nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso e continuou forte – o maior adversário no meio das oposições – nas temporadas Lula e Dilma. O fiasco atropelou a história da legenda em 2018, quando Geraldo Alckmin obteve 4,76% dos votos válidos, passando longe, e bota lonjura nisso, do segundo turno das eleições presidenciais.

Para 2022, o partido está no meio de um processo que vai escolher o candidato a presidente. Disputam a vaga três nomes bem diferentes no jeito e no estilo de fazer política. Me refiro mais ao comportamento do que às ideias para administrar o país. O governador de São Paulo, João Doria, e o governador gaúcho, Eduardo Leite, até que se parecem. Arthur Virgílio Neto, ex-senador e ex-prefeito de Manaus, veste outro manequim.

Os três candidatos trocam sopapos e pontapés a cada vez que interagem. Virtualmente, claro. O último tumulto é sobre o uso de um aplicativo para a votação, marcada para o domingo 21/11. As suspeitas de fraude ameaçam até o adiamento das celebradas prévias – que todos os partidos defendem, mais no papel do que na vida real.

Dizem analistas Brasil afora que Arthur Virgílio é o azarão dessa briga. Ele mesmo dá sinais frequentes de que parece tocar uma anticandidatura. Seus dois adversários, sim, em tese contam com apoios para sonhar com o triunfo. Até pouco tempo atrás, a geografia paulista garantia a Doria o favoritismo.

Hoje, a julgar pelo noticiário, o jogo estaria mais equilibrado. No eleitorado nacional, o governador de SP tem bastante rejeição e não conseguiu fazer da vacinação no estado – um destaque mundial – um fator de aumento de aprovação popular. O governador do Rio Grande do Sul bate nessa fragilidade a toda hora.

Na brincadeira da terceira via, uma ala da grande imprensa torce por Doria ou Leite para enfrentar os “globalistas”. Parece claro que, entre tucanos, as alternativas ficam por aí mesmo. A dupla não tem, no atual panorama, voto para brigar sequer por um lugar no segundo turno.

Livres de prévias estão Lula e Bolsonaro. O ex-presidente ganha no primeiro turno, segundo as pesquisas na praça. O atual presidente está no mercado, com apoio do Congresso, comprando votos para tentar virar o jogo. Mas isso já é outro assunto. Pra depois.

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