Sergio Moro candidato: o juiz que fraudava as leis e o melancólico fim da Lava Jato

10/11/2021 10:58 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Então era isso mesmo desde o começo: a operação Lava Jato sempre foi uma jogada política. Nesta quarta-feira, o ex-juiz Sergio Moro se filia ao Podemos com a pretensão de ser candidato a presidente. Seria uma piada pronta, mas é apenas um escárnio diante de tudo o que esse elemento aprontou como magistrado corrupto que foi. É mais um nome que a elite nojenta busca construir como a tal “terceira via”.

O parceiro favorito de Moro nas delinquências da Lava Jato, Deltan Dallagnol, também escancarou a bagaceira ao abandonar o Ministério Público e se abraçar em aventuras eleitorais. O procurador “de bochechas rosadas e óculos de aro fino” – era assim que ele se apresentava em redes sociais para vender palestras – deve se candidatar a senador ou deputado federal. Alguém está surpreso com isso?

Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador aposentado do Ministério Público Federal, engrossa a fileira dos entusiastas da candidatura do ex-juiz. Lima era dos mais afetados nos trabalhos da operação cujo legado é de desastre na economia e degradação da política – como prova a eleição de Bolsonaro. Sim, a Lava Jato pavimentou a vitória do projeto miliciano de poder.

Moro, como se sabe, foi declarado juiz parcial pelo STF por esquartejar o devido processo legal. As irregularidades do magistrado que descumpria a lei renderiam cadeia, mas o sujeito ainda posa de herói. Desmoralizado após virar ministro de Bolsonaro, e principalmente após as revelações da Vaza Jato, o agora candidato não passa de uma patética aposta dos donos do poder.  

Moro e Dallagnol são bolsonaristas de primeira hora. Usaram o Ministério Público e o Judiciário para fazer politicagem. É abominável que um agente público se aproveite de prerrogativas legais para perseguir pessoas e patrocinar projetos pessoais. Resumindo, esse é o retrato mais fiel da Lava Jato. Combate à corrupção sempre foi slogan de campanha eleitoral.

Como classificar alguém que decide servir a um projeto como o de Bolsonaro? Além de Moro, Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, segue a mesma toada do ex-juiz. Agora se vendem como equilibrados e civilizados, distante da truculência generalizada dos modos de Jair Messias. Só enganam os abestalhados e os convertidos às balelas do justiceiro de Maringá.

Que estado de coisas! O fim melancólico da Lava Jato atesta que seus chefões nunca estiveram preocupados em combater roubalheira nenhuma. Estavam cuidando de seus interesses carreiristas. Sim, eles também defendem a “nova política” e agora estão livres para “fazer mais pelo Brasil”, como disse um dos brincalhões dessa turma. 

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