Gasolina a 7 reais e inflação em disparada: os “novos tempos” com Jair Bolsonaro

09/11/2021 09:46 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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A foto que ilustra o que você está lendo a partir de agora foi feita no último domingo, dia sete de novembro de 2021. Estamos no sertão alagoano, mais precisamente nos territórios vizinhos de Olho D’Água do Casado, Delmiro Gouveia e Piranhas. Por aqui, longe da capital, o preço do litro de gasolina bateu a casa dos 7 reais. Essa imagem é praticamente um emblema do Brasil na era da “nova política” de Jair Bolsonaro. Mais ou menos por aí.

Não se trata de debate sobre economia, apenas. Lembrar que nos governos Lula e Dilma a tabela de preços estava em outro patamar faz todo sentido, se queremos falar do presente. E não apenas no caso dos combustíveis. A inflação geral está na praça. Afinal, no discurso que triunfou com o impeachment da presidente em 2016, o fator econômico foi tratado como decisivo. Derrubando aquele governo, a vida ia melhorar.

Não foi bem assim que aconteceu. Sem argumento diante do desastre absoluto, Bolsonaro e bolsonaristas deliram com a pretensão de transferência de responsabilidade. A culpa é da Dilma, repetem governistas e acólitos do capitão da tortura. Vai ser difícil na campanha convencer o eleitorado sobre essa versão, afinal lá se foram cinco anos desde a posse de Michel Temer, o vice conspirador.  

O último aumento dos combustíveis foi anunciado pela Petrobras no fim de outubro. Num governo sem rumo, Bolsonaro passou a esculhambar a empresa, até quando vai ao exterior. Não se sabe onde a loucura se junta à bandalheira na mente de Jair Messias.

Voltando à estrada, no meio da paisagem seca, a cada posto que passa, confiro as placas com os valores dos combustíveis. A gasolina varia entre R$ 7,05 e R$ 7,48. No trajeto que percorri, contei uns dez postos com esse padrão de preço. O mais elevado foi em Batalha, terra produtora de leite e de queijo.

Quase todos os postos que vi com preços acima dos 7 reais ficam às margens das rodovias estaduais AL-220 e AL-225. Grande parte do cenário é de pobreza. O sol não dá trégua. Não é fácil achar uma sombra. Para chegar em alguns povoados, é preciso rodar quilômetros em vias de barro. Alguns lugares parecem desertos, mas é apenas impressão. 

Uma coisa parece inquietantemente trágica: se toda e qualquer inflação, de qualquer tempo e lugar, é sempre mais pesada na base da pirâmide, então a regra está confirmada. É justamente o que se passa nos dias atuais. Da gasolina ao prato de comida. E toda essa conta é culpa do desgoverno chefiado por um insano que não para de afundar o país, pouco a pouco, a cada dia. Ou muito a muito, a cada hora.

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