Decreto que exige “passaporte da vacina” contra a Covid é ignorado em cidade de AL

08/11/2021 12:55 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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A exigência de comprovante de vacinação contra Covid-19 não está sendo cumprida na deslumbrante e vertiginosa Piranhas, no sertão de Alagoas. Decreto municipal publicado em 28 de outubro estabelece que o “passaporte da vacina” tem de ser apresentado por todos que quiserem frequentar ambientes fechados. Museus e restaurantes, por exemplo, devem exigir o documento dos clientes. Mas, onze dias depois de entrar em vigor, o decreto é ignorado por todo mundo – moradores, turistas, aventureiros e outros tipos. A própria prefeitura não segue o escrito. 

Foi o que constatei entre a última quinta-feira 04 e este domingo 07/11. Em diferentes locais, perguntei a funcionários e a servidores públicos sobre o decreto. Alguém aqui cumpre a exigência do comprovante de imunização? “Não” foi a resposta em todas as ocasiões em que fiz a pergunta. Além disso, é claro, pude comprovar diretamente essa realidade ao frequentar lugares fechados sem que fosse cobrado pelo “passaporte”.

No site da Prefeitura de Piranhas, consta a seguinte notícia sobre a medida: “Será exigida a comprovação da vacina para acessar estabelecimentos como academias, piscinas, centros de treinamentos, estádios e ginásios esportivos; pontos turísticos e centros de artesanatos; igrejas, locais de recreação infantil, instituições de ensino públicas e privadas; conferências, casas de shows, restaurantes, bares e similares”.

Segundo o decreto, cabe aos estabelecimentos a iniciativa de cobrar o documento. Pela publicação, o município faria a fiscalização para verificar a obediência à norma sanitária. “A gente ouviu falar, mas não chegou nada oficial de notificação. Até agora isso não existe”. Foi o que me disse um dos funcionários que ouvi durante visitas a diferentes prédios com acervo histórico.

Em Alagoas, além de Piranhas, somente Porto Calvo adotou o mesmo caminho até agora. Não sei como a coisa está por lá. Aposto que a “lei” também não pegou. O tema está longe do consensual mundo afora. Como tudo está contaminado pelo vírus da “guerra cultural”, a ciência perde para a política na “disputa de narrativas” – com o perdão por mais um escancarado lugar-comum.

A pandemia de Covid-19 matou até hoje no Brasil mais de 609 mil pessoas. O país registra quase 22 milhões de casos da doença. Em Alagoas, até esta segunda-feira, o número de vidas perdidas passa de 6 mil e 300. Na corrida pela vacinação, 56% da população brasileira está com a imunização completa, e 73% tomaram a primeira dose.

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