Não faz sentido nenhum, mas no Brasil há certas coisas que, quanto mais absurdas, mais prosperam por aí. É o caso de Sergio Moro pré-candidato a presidente da República. Todo santo dia, na chamada grande imprensa, aliados das ideias do ex-juizinho corrupto remexem nessa lixeira. O homem vive nos Estados Unidos desde que pulou do barco de Jair Bolsonaro. A promessa de ser “xerife” no combate à corrupção era tudo balela. No Ministério da Justiça, Moro agiu como serviçal da quadrilha chefiada pelo presidente miliciano.
Bolsonaro e Moro se merecem, já escrevi aqui. São duas porcarias de mesmo nível. O Messias defende os “valores da família brasileira”, que, segundo suas práticas, seriam a tortura, a homofobia, o racismo, a ação de grupos de extermínio, o enriquecimento fácil da sua turma etc. É vasta a lista dos “princípios morais” do bolsonarismo.
Sergio Moro está desmoralizado para todo o sempre. Em julgamento histórico no STF, foi declarado um juiz suspeito – ou seja, um magistrado que agiu contra a lei, um agente público que fraudou o devido processo legal. E tudo isso para se beneficiar politicamente. A sentença que condenou Lula só é respeitada pela turma que combate o “globalismo cultural e o comunismo”.
Na condição de mandachuva da Operação Lava Jato, Moro agiu como investigador, promotor e juiz, tudo ao mesmo tempo, sem chance para a verdade factual. Como mostraram as gravações reveladas pelo The Intercept, o sujeito chegou a plantar provas e tramar a cooptação de testemunhas para incriminar Lula, o grande alvo dessa farsa descomunal no ordenamento jurídico nacional.
Os estragos da Lava Jato, com Moro e o promotor Deltan Dallagnol à frente, ainda estão por ser esmiuçados em todas as dimensões. A delinquência desses elementos contra o Estado de Direito não tem paralelo na história do país. Sequestraram instâncias do Judiciário e do Ministério Público como nunca se viu até então.
Bolsonarista agora “arrependido”, notório espancador da Língua Portuguesa e do Código Penal, Moro pode anunciar a candidatura a qualquer momento, diz a presidência do Podemos, a legenda favorita nessa jogada indecente.
Como disse lá em cima, sem querer ser óbvio e já sendo isso mesmo, somente no Brasil um troço assim ganha espaço. Juiz corrupto, condenado na mais alta corte da Justiça, tem é de ser punido, e não sair por aí como candidato a presidente.