Em Alagoas,  segundo menor estado do Brasil todinho,  pret@s constituem os mais pobres entre pobres.

É essa população  que compõe o  retrato critico das vulnerabilidades sociais.

É a população acometida por exclusões, que limitam. A falta de acesso aos sistemas de saúde, condições precárias de moradia . Muitos moram em lugares minúsculos e de difícil acesso, (aí entra o forçoso deslocamento no transporte público abarrotado de gentes) .

Moram em casas sem  água e saneamento básico ( fatores imprescindíveis para a  saúde integral),  nas periferias distantes e  grotas,  com  suas chamativas escadarias coloridas, pela política das aparências.

É a população que não pode cumprir o isolamento social, porque precisa continuar trabalhando  para colocar comida à mesa. Na pandemia também se morre de fome.

Pret@s formam os quilombos dos invisíveis e cujas doenças prevalentes, tais como diabetes melittus, anemia falciforme , hipertensão arterial, etc e tal ( comorbidades   facilitadoras para COVID 19) são   ignoradas pelos gestores públicos.

Em qual momento, a  política da Secretaria de Estado da Saúde, em Alagoas -SESAU faz interface ( com impacto social significativo), com o Plano Nacional de Saúde da População Negra?

Estatisticamente a pobreza tem cor em Alagoas, é  preta! 

E, é essa pobreza que produz, com consentimento institucional, as iniquidades na saúde da população desassistida, em tempos pandêmicos.

Segundo Marcus Ribeiro , doutor em Saúde Coletiva  (UFBA):”a iniquidade em saúde está relacionada à condição racial. Se essa pandemia demanda análise social, ela precisa partir da condição raça e cor”.  

A letalidade da COVID 19 em corpos pretos não é uma mera coincidência é fruto de toda uma política  secular e genocida de extermínio, que continua em curso, a partir da sustentação política das  desigualdades sociais.

O estado de Alagoas perpetua uma negligência visceral   negando a implementação de  politicas públicas de Estado  de combate ao racismo estrutural , que segue sua trilha de  impossibilidade para sobrevivências. 

A COVID 19 é letal para pret@s, mata 12 vezes mais, porque encontra terreno favorável, com a  precarização da vida e a legitimação política da  democracia étnico-dominante, que é androcêntrica e autoritária.

Sim, o racismo estrutural é uma ideologia política e mata.

Salve, Alagoas!

Foto-crédito: FatCamera/Getty Images