Quando, em 2005, o professor José Márcio Malta Lessa adentrou , como secretário, nos espaços da secretaria de educação , no governo de Ronaldo Lessa, esta ativista já estava semeando conceitos pretos à frente do Núcleo Temático Identidade Negra na Escola ( que revolucionou o fazer preto no estado conservador e branco).
Zé Márcio era um sujeito comedido, simples, com uma afetividade escondida em mangas de camisa. Era um gestor moldado pela discrição, mas em muitos momentos senti o abraço no olhar que dizia:- Vá lá e faça! Mandava o recado e passava a bola para o Roberto Jorge Vasconcelos Santos , o vice-fiel-querido-intelectual-escudeiro.
Roberto Jorge , in memoriam, foi (é!) cúmplice intelectual de Zé Márcio, na educação do estado de Alagoas, ao dar guarida para a luta antirracista na educação, através da desconstrução do racismo estrutural , com a implementação da LEI Nº 10.639/03.
Falo dos dois, como um quadro na parede da memória, mas, são dois homens gestores que fincaram raiz na história-construção desta ativista. Ambos tem uma importância inigualável, para a educação antirracista..
Em outubro do ano passado, perguntei ao Juliano Lessa, superintendente da Polícia Federal e filho de Zé Márcio, pelo pai, e reafirmei o enorme respeito que nutria pelo Zé.
No novembro pandêmico de 2020 , li em uma postagem do secretário de estado da infraestrutura , Maurício Quintella, sobre o voo de Zé Márcio e, pouco depois, sua Laura voou ao seu encontro.
Fiquei matutando sobre como somos passageir@s nesse processo terreno, mas, alimentando a certeza de que pessoas são como dádivas e a alma minha tem enorme gratidão por ter convivido com um secretário humano, comprometido e gentil e seu vice tão especialíssimo.
Obrigada, Zé Márcio e que além da Laura, você tenha reencontrado a parceria do Roberto, e que estejam bem.
Obrigada!