Quitéria é uma preta idosa que tem arrastado os dias, sob o céu do abandono, na orla da capital turística, Maceió.

Conta que tem 60 anos , um irmão no interior do estado e faz um tempos de luas, que vive perambulando aqui e acolá.

-Eu tinha uma vida bem certinha, trabalhava na casa de fulana e sou uma boa cozinheira, mas, a a cachaça me arrastou para onde estou- resume sua vida, em um único capítulo.

Quitéria tem uma lucidez impressionante, apesar do vício, que quando em vez embaralha as realidades.

-Eu não roubo. As coisas que tenho é o povo quem dá- afirma com a honestidade que preservou como herança d'outros tempos.  

É uma mulher conversadeira e de muitos ouvintes. Dia destes ouvi um homem, aconselhando:- Saia da rua,volte para casa, Quitéria, as pessoas podem fazer mal para você.

Já estou em casa- falou a preta, apontando o  mundo ,em seu entorno.

Quitéria é uma preta idosa que tem arrastado dias, sob o céu do abandono, na orla da capital turística, Maceió, que concentra, além das belas praias, uma população invisível e desimportante para o poder público: essa gente em situação de rua.

- Você tem sonhos, Quitéria?- pergunto .- Só quando durmo!-responde ela.