Alagoas é um estado preto inacreditável, porque é muito difícil de acreditar , que foi neste território que gentes pretas estratégicas, ousaram desafiar o sistema da branquitude escravagista, armada até os dentes, na busca de estabelecer direitos equânimes.
Temos enfrentamentos?
É inacreditável que tenha sido em Alagoas ,que Aqualtune, uma mulher preta, princesa africana , estuprada pelo sistema branco e androcêntrico, tenha tomado fôlego e imposto seu poder de mulher guerreira, no comando de um Quilombo ,que é marco de luta aguerrida e centenária, no mundo todo.
Quilombo dos Palmares!
É inacreditável que tenha sido em Alagoas, um estado politicamente apático , que Zumbi, o lendário herói preto que tem seu nome inserido como herói nacional no Livro de Aço dos Heróis e Heroínas Nacionais, Panteão da Pátria Tancredo Neves , tenha escolhido para insuflar o respeito entre iguais. desafiando a geografia das correntes , que nos apartavam(?) apartam(?)
Estamos no século 21 , o mundo evoluiu, Alagoas, involuiu.
Precisamos, urgentemente, de novas narrativas pretas.
Alagoas política é completamente acéfala em dialogar, produzir , implementar políticas públicas ( além de postagem esdrúxulas , em redes sociais oficiais) que reconfirme a luta da ancestralidade.
Cadê a implementação da Lei federal (OBRIGATÓRIA) nº 10.639/03, e Lei Estadual nº 6.814/07 nas escolas públicas e particulares ? Cadê o Plano Estadual de Combate ao Racismo? O Plano Estadual que combata a violência e sua letalidade contra a juventude preta? E a sanção do Fundo Estadual de Politicas para Igualdade Racial ?
A nossa luta foi entregue , numa bandeja, para um partido político , que desconhece a pedra fundamental da tradição preta ancestral.
A causa preta não depende de partidos políticos, muito pelo contrário, os partidos é que se retroalimentam de históricos nossos.
Entre a esquerda e a direita- somos pret@s!
Há um retrocesso violento , um silenciamento dos movimentos , em um dialogo intimo, com o sistema que nos anula todos os dias.
Alagoas parda e o movimento negro segue o curso. O CONEPIR existe?