Rugby, será que a “brincadeira” pega mesmo no Brasil?

25/01/2021 17:33 - Artigos
Por redação

O rugby é um esporte que tem uma história que anda lado a lado com o nosso futebol, inclusive, chegando ao Brasil com a mesma pessoa. Pois é, Charles Miller é um dos grandes responsáveis pela existência tanto do futebol quanto do rugby no Brasil. Vamos agora entender um pouco mais sobre o esporte e como ele está se desenvolvendo em terras tupiniquins.

 

Podemos adiantar, logo de cara, que o rugby é um dos esportes em que mais se preza a cordialidade e o jogo justo, que é popularmente conhecido como “fair play”. Em um esporte em que a força física é bastante utilizada, esses detalhes são muito importantes para que a prática seja realizada da melhor forma entre os times que disputam.

 

Essas bases passaram a estar mais presentes no Brasil a partir da profissionalização do esporte, que, apesar de ter chegado ao Brasil ainda no fim do século XIX, só teve essa mudança em 1995. Até ali, a modalidade caminhou sempre pelo amadorismo, para que fosse jogado somente por amor ao esporte e não para ganhar dinheiro.

 

Vamos agora nos aprofundar nessa e outras histórias, para que possamos chegar ao patamar atual do rugby no Brasil, em um resumo para você se aproximar ainda mais da prática desse esporte tão envolvente e com tanta intensidade. Mas primeiro, vamos entender o que é o esporte, além de esclarecer sobre seus principais objetivos.

 

O que é rugby e como se joga?

 

De origem inglesa, assim como o futebol que conhecemos, o rugby é um esporte coletivo. Uma das características que chama a atenção é que em momentos distintos, pode ser jogado tanto com as mãos quanto com os pés. Outro detalhe que é marcante é a intensidade no contato físico por parte dos times que se enfrentam.

 

O esporte é hoje mundialmente difundido, na maior parte, em sua versão profissional, mas como um todo, a modalidade está como a segunda mais conhecida no planeta, perdendo apenas para o futebol.

 

Por ter uma longa história de prática amadora, foram criadas inúmeras variações de regras para se jogar rugby. O rugby union é o mais praticado e difundido no mundo e consiste em uma disputa com 15 jogadores de cada lado do campo. Existe outra variação chamada de rugby league, que conta com 13 praticantes de cada lado. Mais um exemplo de diversidade sobre a forma como o esporte é disputado nas Olimpíadas, com o chamado seven, que conta com sete jogadores de cada lado.

 

Vale ressaltar também que existem outras adaptações do esporte, que também são praticadas no Brasil e no mundo, que são o rugby de praia, o touch (chamado também por rugby de toque), além do rugby em cadeira de rodas e o subaquático.

 

O objetivo do rugby

 

Independente de qual seja a variação aplicada à prática do esporte, uma coisa não muda, pois só vence uma partida o time que alcançar a maior quantidade de pontos. A forma como isso ocorre pode ser quando os jogadores ultrapassam a linha que fica na direção do gol da equipe adversária e, além disso, devem tocar a bola no gramado (essa pontuação tem o nome de try). Outras formas de somar pontos no rugby são nas conversões dadas após o try e nas cobranças dos penais.

 

Pontuações

 

Desde 1992, a estrutura de pontos do rugby passou a ser padronizada da seguinte forma: o TRY equivale a 5 pontos, as conversões são mais 2 pontos, o penal vale 3 pontos e o drop goal também vale 3 pontos.

 

Como é a bola de rugby?

 

Assim como no futebol americano, a bola possui formato oval, mas com algumas especificidades. Atualmente o material mais utilizado é o sintético, mas as bolas de rugby também podem ser produzidas em couro natural. Técnicas para facilitar a aderência e dar uma maior resistência quando molhada também são aplicadas.

 

Com relação ao tamanho, existe uma pequena variação nas bolas oficiais. Por exemplo, o comprimento pode ser de 28 até 30 cm. Já a circunferência total fica entre 74 e 77 cm, além da seção de transversão, que deve ser entre 58 e 62 cm.

 

A calibragem também é padronizada conforme especificações. Assim, a pressão da bola deve sempre ficar entre 65 e 68 kPa, o que faz o peso da bola ter de 410 à 460 gramas.

 

Vale lembrar que, além dos moldes oficiais que mencionamos aqui, ainda existem outros tamanhos e tipos, que podem ser utilizados na iniciação dentro do esporte, para facilitar o manejo em situações específicas de aprendizagem, como para crianças ou em sua forma adaptada.

 

Quais as dimensões do campo de rugby?

 

Assim como no futebol ou no futebol americano, o campo para se praticar a modalidade deve ser retangular. Com relação ao comprimento, um campo oficial pode ter no máximo 144. Já a largura também tem a padronização de que deve ter no máximo 70 metros.

 

Sobre as divisões, ainda existe a linha que divide o gramado ao meio, além de outras duas regiões de touch in, que devem estar a 10 e 22 metros de comprimento.

É importante lembrar que as condições climáticas também podem interferir nas condições do campo de jogo. Assim, o esporte, mesmo com uma base pré-definida, se adapta a diversos tipos de piso, como grama artificial, barro, areia e até mesmo na neve. A grande questão que determina se os jogadores poderão ou não atuar sobre aquelas superfícies são as questões de segurança para os jogadores.

 

Como é um esporte de intenso contato físico, muitas quedas ocorrem, por isso é mais viável um tipo de piso que não machuque os praticantes. Dessa forma, não se pode jogar rugby em superfícies duras, como em asfalto ou concreto.

 

História e situação atual do rugby no Brasil

 

Há quem pense que o esporte ainda é novo no país, mas o primeiro registro feito de um clube brasileiro de rugby foi no longínquo ano de 1891. O clube em questão era o Clube Brasileiro de Futebol Rugby, que se localizava no estado do Rio de Janeiro.

 

A prática do rugby também foi incentivada pelo brasileiro de família inglesa, Charles Miller, que em 1895 era um dos líderes do São Paulo Athletic Club, porém, com a rápida adaptação ao futebol, aos poucos o rugby passou a ter uma continuidade desacelerada, com jogos esporádicos e, em sua maioria, entre os imigrantes ingleses no Brasil.

 

Com a chegada da década de 1920, o rugby voltou a figurar no país de maneira mais intensa, com clubes paulistas e cariocas que passaram a se enfrentar com maior frequência. Os dois estados foram os principais pólos do esporte nessa época e o rugby passou a ser muito mais constante até o início da segunda guerra mundial.

 

Aos poucos, com o encerramento da guerra, o Brasil foi consolidando participações internacionais, mesmo ainda não tendo uma entidade especializada na organização do esporte. O grande responsável pelas excursões e participações internacionais foi o escocês Jimmy Macintyre.

 

Finalmente, em 1963, foi criada a União de Rugby do Brasil (URB), que teve como primeiro presidente o irlandês Harry Donovan. No ano de 1964 foi dado mais um grande passo para fomentar o esporte e trazer mais competitividade, já que foi criado o primeiro Campeonato Brasileiro. Outro passo extremamente importante foi com relação ao São Paulo Athletic Club, que sediou suas dependências para que fosse realizado o Campeonato Sul-Americano, em que o Brasil ficou na vice-colocação e o SPAC passou a ter o primeiro campo totalmente voltado à prática do rugby em território nacional.

 

A partir de 1973, o rugby passou por um momento importante de reformulação, com a mudança da URB para a criação da ABR (Associação Brasileira de Rugby). Dentro desse período de transformação, o esporte também acabou tendo mudanças significativas, principalmente com relação a quem praticava o esporte.

 

Até o início dos anos 70, somente estrangeiros e filhos de estrangeiros tinham a cultura da prática do esporte e isso inclui imigrantes ingleses, franceses, japoneses e argentinos. Depois começaram a surgir os primeiros brasileiros que tiveram o interesse em conhecer o esporte. Com o crescimento das categorias de base, jovens de colégios e universidades paulistas passaram a ter um maior contato com o rugby e, aos poucos, foi deixando de ser um esporte somente de estrangeiros. Nos anos 80, mais estados, como Minas Gerais, também vieram a conhecer o esporte. Ao todo, em 1986, o Brasil contava com 19 times espalhados, principalmente entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

 

Com um processo cada vez mais próximo da profissionalização, já na década de 90, o Brasil passou a ter uma maior expansão do esporte por outros estados. O mapa do rugby passou a ser ainda maior, juntando Santa Catarina e Amazonas aos estados que já conheciam o rugby anteriormente. Em 1995 o Brasil pôde participar da sua primeira eliminatória para a Copa do Mundo de Rugby e isso também passou a chamar a atenção de quem tinha curiosidade em conhecer a modalidade. Foi também nos anos 90 que as mulheres também começaram a trilhar seus caminhos no rugby.

 

Os anos 2000 foram os mais importantes para que o rugby passasse a ter uma nova perspectiva, principalmente por começar a ser difundido por emissoras de televisão pagas, que compraram direitos de transmissão de jogos nacionais e internacionais. Claro que com o crescimento do acesso à internet, esse número também se potencializou na forma de difusão. Com a criação de sites, blogs e portais, tornou- se mais simples uma aproximação com quem é curioso em conhecer novas modalidades esportivas, que não somente as mais tradicionais, como vôlei, basquete e futebol.

 

Aos poucos, o Brasil foi se tornando elite, com boas participações em torneios internacionais, sobretudo, os campeonatos sul-americanos. Do lado feminino também foi o momento de conquistas importantes chegarem, como o título do primeiro Campeonato Sul-Americano de Sevens. A partir daí, foram mais 10 conquistas consecutivas para as brasileiras, de forma invicta, o que se tornou um feito muito importante para o crescimento do esporte.

 

O século XXI também reservou muitas novidades para as mulheres que praticam o esporte, com relação às disputas de Copa do Mundo de Sevens, Jogos Pan-Americanos e o circuito mundial, o Brasil pôde se mostrar com muito potencial de crescimento, principalmente para levar a modalidade a um número grande de escolas e faculdades espalhadas por todo o território nacional.

 

Para que se tenha uma ideia, na década de 2010, outras mudanças ocorreram na criação da CBRu (Confederação Brasileira de Rugby), que substituiu muito bem a ABR e passou a dar uma nova cara para as competições, tanto da Seleção Brasileira quanto das competições nacionais e novos clubes.

 

Com uma identidade renovada e muitas ações devido ao crescimento natural com a inclusão do rugby às Olimpíadas, o boom foi enorme, com um maior espaço para a criação ou remodelagem de federações estaduais. Esse projeto funcionou tão bem, que hoje já temos a prática do rugby em todos os estados brasileiros, com uma enorme crescente em clubes profissionais masculinos e femininos cada vez mais fortes.

 

Em 2015, o Portal do Rugby, que é a página mais conhecida com relação ao esporte no Brasil, levantou um dado bastante relevante que mostrou que, naquele ano, mais de 250 times e mais de 10 mil jogadores estavam cadastrados na CBRu, além de outros milhares que seguiram jogando de forma amadora.

 

Outra porta de entrada excelente foi com relação aos projetos sociais de inclusão ao rugby, como Vivendo o Rugby, da cidade de Curitiba, que chegou até a ser premiado em 2014 pelo World Rugby. Tudo isso também trouxe ainda mais adeptos ao esporte, para que mais pessoas tivessem acesso às regras, práticas e materiais esportivos ligados ao rugby.

 

Voltando ao assunto das federações estaduais, foram seis delas as responsáveis pelo advento da CBRu, que engloba São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

 

Hoje se nota que o esporte está cada vez mais consolidado e, principalmente, cada vez mais próximo dos curiosos devido o crescimento das redes sociais e portais especializados, em que se conhece os times e jogadores brasileiros, além, é claro, de ter uma noção maior de quais são as potências mundiais e como o Brasil pode se estruturar para chegar no mesmo nível de organização e com mais adeptos.

 

Com certeza, a modalidade é uma das que mais tende a crescer, ainda mais por todo o esforço em seguir desenvolvendo mais torneios, além de trazer novas formas de expansão nas escolas, para mais crianças terem familiaridade com a bola oval.

 

Outro ponto interessante é que, com o ensino do rugby, se aprende muito mais do que trabalho em equipe, mas aprende a se portar dentro do ambiente esportivo, tendo direitos e deveres bem estabelecidos, sobretudo no contato com a arbitragem e com os adversários. O rugby ensina muito mais do que somente o esporte, mas prepara pessoas para que se tornem cidadãos ainda melhores.

 

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