Todos os dias, nas manhãs de caminhada converso com Nise da Silveira,(1905-1999) que, como estátua, está placidamente sentada em uma cadeira, defronte ao mar de Jatiúca. No Corredor Vera Arruda, em Maceió,AL.
As conversas, muitas vezes monólogos, são elásticas, mas, fica evidente uma coisa: o sentimento humanitário de partilha de Nise, a renomada cientista-psiquiatra (que teve que sair de Alagoas para ser reconhecida, mundialmente).
Cem metros após a estátua existe uma placa grandona, em homenagem a Nise . No mesmo Corredor Vera Arruda.
Um hospital, recentemente nomeado, recebeu também o nome de Nise. Além de outros lugares públicos.
Justo, muito justo a homenagem à mulher que revolucionou o mundo dos “loucos”, entretanto tem que pensar que a Alagoas é múltipla e diversa e mulheres pretas , cotidianamente re-existem em suas histórias de lutas políticas, como a deputada Selma Bandeira (in memorian).
Com todo respeito a genial Nise Magalhães da Silveira (Salve, Nise!) mas, já não passou da hora das instituições públicas em Alagoas reavaliarem o olhar hegemônico e branco nessas homenagens as mulheres alagoanas, que fizeram história?
Por que a Casa da Mulher Alagoana ( inaugurada na sexta-feira, 08 de janeiro) não recebeu o nome da primeira agente de saúde preta ,que morreu na luta contra covid?
Por quê?.