Ela fez 45 anos e tem uma história de vida recheada de vácuos, vazios que explodem em lágrimas quilométricas.

Ela fez  45 anos, nascida em um município alagoano, trabalha como cuidadora de idos@s e de tão inocente com as coisas do mundo chega a ser tola.

Conta que estudou até os 17 anos e quando engravidou o pai expulsou-a de casa. A irmã a acolheu, mas,  em troca  teve que pagar o acolhimento com os serviços domésticos da casa, e hoje o filho mora com a irmã, que chama de mãe.

Tive que aprender a me virar  para tomar conta da minha vida.

É uma mulher preta com a auto-estima esmagada, fala em rejeição como uma dor que rasga o peito. O tempo todo.

Enamorou-se e engravidou de um  segundo filho, hoje adolescente que mora com ela.

Ela fez 45 anos e resolvemos fazer uma festa-surpresa. Ao ser surpreendida, a preta  caiu em um choro convulsivo e afirmou:- Desde criança que eu queria uma festa de aniversário. Nunca tive uma festa só para mim,  e essa é a primeira. Em 45 anos  essa é a primeira festa de aniversário que tenho. Estou muito feliz!

O racismo é um camaleão poliglota!

Parabéns, querida!