Eu, uma ativista preta ,e ele, Paulo Domingos de Araújo Lima Júnior, o Lima Júnior um homem das forças da segurança pública, em Alagoas e temos visões ,abissalmente, diferentes , divergências conceituais , e em meio a contextos e situações especificas, surgiu o estranhamento, mas, a coisa boa desse “estranhamento” é que nos aproximou em conversas, verdadeiramente, francas.
Com Lima, sempre expus pontos de vista, baseada na construção de políticas de estado que desestruturem o racismo, alimentador da violência étnica , reproduzida, em grandes núcleos segregados e territórios.
Discutíamos a complexidade da política de segurança pública, com olhares bem diferentes e buscavámos ( cada um@ de seu modo) ressignificar as “verdades absolutas”.
Discutíamos garantias constitucionais de igualdade perante a lei, na constituição política do estado.
Nem sempre a conversa era leve, fluída. Tinha tensões, muitas vezes, imperceptíveis, mas, elas estavam lá. Dizia que cada vez que tínhamos reuniões era , eu , portadora de algumas “bombas.”
Como ativista preta exercitamos , permanentemente, o controle social, questionando, propondo, insistindo junto aos poderes, pela construção/implementação de políticas públicas para a criação de estado afirmativo, visando as garantias fundamentais ao povo tutelado.
E após anos vários estágios de conversas, (avançávamos e recuávamos), o amadurecimento das ideias se deu.
Numa reunião, ocorrida em outubro de 2020, fechamos uma articulação , de valor incomensurável, para ações integradas, junto a todas as corporações da SSP/AL e que seria iniciada nos tempos de 2021.
Mas, a vida sempre impõe as mudanças de patamares e nesse contexto do “ até logo”, reafirmo que, a ativista e o secretário de segurança pública, que agora deixa o cargo, continuam tendo visões diferentes sobre a ação do estado, através da Secretaria de Segurança, entretanto , pelo respeito que um tem pelo outro, estabelecemos uma ponte comum para, a partir dela, fazer escoar as possibilidades...
Obrigada, Lima Junior pelas muitas conversas carregadas de franqueza e pela parceria. Acho que o que aprendemos com nossas diferenças é benéfico para novas construções.
Continuamos caminhando.
Até!