
Era uma manhã desflorida e o adolescente preto caminhava junto com as palavras, em um auto diálogo.
Conversa cheia de intimidades. Ele com ele mesmo.
No auto diálogo,na orla da capital turística Maceió, o menino faminto dos sonhos da infância reclamava do peso que levava nas costas, como uma vida farta de ausências.
O peso real de uma vida todinha.
Catar latinha, para comer. Catar latinha para viver. Minha vida é como essas latinhas, amassadas- murmurava em um monólogo, tristemente poético.
Era uma manhã desflorida de sonhos, nas palavras do catador de latinhas.