É um homem de 50 anos que carrega consigo a fragilidade de uma vida, com mais recuos do que avanços.

É um homem, que atropelado pelo racismo, vara noites inteiras para alimentar as despesas do cotidiano e vive de tostões alheios.

Só tem o sonho da barriga cheia.

É um homem preto de 50 anos, que mora em uma periferia na parte alta da capital, numa casa tipo ocupação, ou  usucapião. .

É um homem preto que despenca palavras intelectuais, mas, quando retira a capa joga ao vento os conceitos maléficos  do tal mito, do ódio internalizado por anos, da falta de caráter de quem faz vistas grossas para o estelionato que rouba sonhos de toda uma vida, de  tanta gente.

É um homem preto, pobre que  retroalimenta na saliva nociva que azeda a alma, o ódio-ódio-ódio-odio contra gays, gente igualzinho a ele, que  sofre o execrado massacre social, o apartheid  que sequestra caminhos.

É um homem preto homofóbico que o sistema domesticou, capturou e põe armas em mãos.

Um  homem pobre, preto, periférico, desses que são abordados e mortos em supermercados

Que pena!