O relato é de autor desconhecido, mas, a imagem real e cruel contextualiza a atemporalidade do racismo estrutural , que se retroalimenta e se reinventa, continuadamente. Leia o relato:
"Meu tio Tio Sérgio , foi uma criança dos anos 50 e tinha o apelidio de Cativeiro. Criança preta, pobre, favelada ao lado de outros garotos brancos.
Ao ver ( na fotografia) os pés do meu tio, em comparação aos de outros garotos, percebo como foi e é difícil a vida d@s pret@s em nosso país. Principalmente os descendentes diretos de ex-escravizad@s (caso do meu tio, neto de cativ@s).
Tio Sérgio e faleceu em um barraco em uma favela no interior de São Paulo, consumido pela bebida, nunca cursou faculdade e gostava muito do carnaval e de um baseado.
Na fotografia, tirada em uma passeata de Sete de Setembro, ele é o único na imagem que não tem um sapato.
Seu apelido era Cativeiro. E foi como um cativeiro, que a vida o prendeu nos bolsões de pobreza desse país.
A foto fala por si mesma.
Fonte: Iconografia da História