A comunidade quilombola Kalunga , em Goiás, foi criada a partir da luta de african@s escravizad@s, na região onde hoje se situam os municípios goianos de Teresina, Cavalcante e Monte Alegre. Trata-se do maior território quilombola já identificado no Brasil, com cerca de 8 mil pessoas.
Sem possibilidade de emprego e sem o ensino médio no povoado, as meninas entre 10 e 14 anos, nascidas em comunidades kalungas da Chapada dos Veadeiros, são entregues , pelos responsáveis, em confiança a família de classe média, de Cavalcante.
Cavalcante é uma cidade de 10 mil habitantes, no nordeste de Goiás, a 310km de Brasília.
Os responsáveis mandam as filhas para cidade para que possam terminar os estudos, em contrapartida , as kalungas 'ganham' comida, um canto para dormir e horário livre para frequentar as aulas na rede pública.
Se tornam empregadas domésticas e ficam expostas a todo tipo de violência. São submetidas, a trabalho doméstico, abusos, estupro , tráfico de crianças para o trabalho escravo, e exploração sexual.
O estupro, que acontece faz mais de 20 anos, geralmente cometido pelos patrões, homens brancos, de profissionais liberais a políticos, de 20 a 70, e com poder econômico e político.
“Existe uma rede de aliciadores que traz meninas quilombolas para Cavalcante, Goiânia e Brasília. Temos recebido na comunidade meninas que fogem das cidades e relatam uma série de violências que sofreram.”-afirmou, em 2015, a lider comunitária da Comunidade Kalunga do Engenho, Dalila Reis Martins.
O caso se tornou público em 2015 e 5 anos após muitos acusados "poderosos" continuam impunes.
Na época a deputada Érika Kokay (PT-DF), questionou a postura do Judiciário e o por quê da demora na punição dos responsáveis.
A exploração sexual contra crianças e jovens negras da comunidade quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO), cidade localizada na Chapada dos Veadeiros, a 310 km de Brasília NÕ TEM hashtag.
Toda solidariedade a Mari Ferrer, mas, não esqueçam do estupro coletivo e invisibilizado das meninas, do maior território quilombola já identificado no Brasil.
Fonte: https://vermelho.org.br/2015/04/29/meninas-quilombolas-sao-submetidas-a-violencia-sexual-em-goias/
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2015-04/abusos-de-criancas-da-comunidade-kalunga-acontecem-ha-mais-de-20