Jonas Seixas da Silva, 32 anos,homem, preto, pobre e periférico, sumiu dia 9 de outubro.

Jonas que tem ofício de servente de pedreiro é morador   da Grota do Cigano, no bairro do Jacintinho, em Maceió, capital de Alagoas.

Jonas é morador das grotas, uma parte dessas  periferias   distantes, abandonadas e invisíveis  o ano todo, mas que em época de eleição são invadidas por  propostas obesas de melhorias sociais.

Desaparecido faz dias,Jonas Seixas,  continua sequestrado pelo conivente silêncio social.

Por que o  desaparecimento de Jonas Seixas não nos incomoda ou mobiliza uma indignação coletiva?

Por que é preto?  

Por que é pobre? 

Ou, porque esse assunto não nos interessa, afinal,nem parente, nem amigo, nem próximo ele é .

Não é mesmo?

Mesmo sendo um cidadão  eleitor, o sumiço de Jonas Seixas  faz vazio nas agendas da maioria dos candidatos.

A filha mais  mais nova, de Jonas tem oito anos assistiu a apreensão do pai. A menina diz para a avó: ‘olha, vó, eles pegaram o meu pai, a polícia pegou o meu pai, meu pai não fez nada, por que isso, vovó?’.

Jonas  tem dois filhos.  

Por que a identidade/sociedade alagoana não dialoga com o sumiço do Jonas?