Para a menina de 12 anos, filha de Yemanjá, que teve sua iniciação,violentamente, interrompida pelo racismo religioso.

11/08/2020 12:22 - Raízes da África
Por redação
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A  jornalista,professora universitária, escritora,filha de terreiro, Stela Guedes Caputo, escreve:

Dedico o dia de hoje para a menina de 12 anos, filha de Yemanjá, que teve sua iniciação violentamente interrompida pelo racismo religioso. Só quem sabe o que o dia de hoje significa, pode imaginar o abominável acontecimento.

 

Orí no chão,

é meu odún.

Saúdo Exu, Yemanjá, Oxum, Oxóssi, Logunedé.

Saúdo o caminho, minha navalha, minha mãe, meu pai e meu orixá, Logun.

Orí no chão, é meu ódun.

Saúdo minha dofona de Oxum, minha fomo de Yemanjá,  

meu barco sagrado. São sete anos.

Orí no chão, é meu odún.

Inlè retesou seu arco,

Oba Igbó,

Rei da floresta,

um passo, depois o outro,

cautela, espera,

lança.

Oke Aro.

Iyepòndá, mãe,

Minha cabeça

a teus pés,

no fundo desse rio teu,

em mim todos os dias.

Ìyá omi níbú

Mãe das águas profundas

Yèyé olómi tutu

Dona das águas frescas

Òóré yeye o!

Mãe da bondade.

Orí no chão, é meu odún.

Olórò a k’ofa re o a k’ofà re o

Dono da cerimônia que carrega arco e flecha

Èmi o re’lé Logun o

Re’le a k’ofá

Eu vou pra casa Logun,

Carregando o arco e flecha.

Eu vou pra casa Logun,

Eu vou pra casa Logun.

...........

Fonte: Stela Guedes Caputo

Saiba mais:https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/08/07/mae-perde-guarda-da-filha-apos-jovem-participar-de-ritual-do-candomble.htm

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