Tarde de sábado festivo de sol, pego o menino pela mão, em um rápido passeio programado pelo quarteirão da casa. Em tempos pandêmicos estamos paramentados, com as devidas precauções de proteção. O rostinho dele está coberto com um protetor facial que aprisiona o olho inquieto da infância.
Ao longe avista motociclistas, em repouso e diz:- Olha, Arísia Barros, os homens do Ifood, que entrega comida.
Ifood!- disse ele, em alto e bom som.
E intimamente se pergunta onde estão os policias que encontramos no passeio anterior.
Caminhamos mais um pouco, e força uma parada, justificando que quer gravar suas pegadas, ao tempo que fala, pressiona a sandália na areia da rua.
O menino é um dissecador de tempo, traz consigo uma infância despojada das maldades do mundo aliada a uma adultice prematura,.
Levo uma bola de futebol de presente ele agradece e diz que ficou feliz.
Despeço-me dele, no retorno à casa e a alma do menino escreve pérolas, no dizer:
-Pode ir, Arísia Barros. Vou ficar aqui cuidando das pessoas, ou seja da mãe e a avó.
O menino tem quase 4 anos.
Meu Dêdei!

Raízes da África