A proposta da menina preta, no sinal de trânsito,  é quase uma metáfora de vida.
Ela nos conta que estamos na mesma tempestade, mas, uma grande fração populacional, está em barcos diferentes.
A centralização da renda , as condicionantes políticas , econômicas e raciais da miséria.
A moça fala em  sobrevivência e em troca, a partir do produto que "comercializa" oferece o oxigênio para vida.
E eis que surge o  capitalismo fazendo troça da pobreza, como cultura da neutralização.
A pobreza é a arma mais requintada do estado. É uma forma econômica de violentar,desestruturar, matar gentes.
Em tempos pandêmicos é preciso  que haja decisões politicas de interesse coletivo, como  estratégia de salvaguardar, principalmente, as  vulnerabilidades de vidas,.
Essas mesmas vidas que conhecem, bem de  de perto,  a linha da letalidade.
A menina preta troca a fome,como expressão social da pobreza, por uma  máscara.
Uma cruel metáfora de que há  de se fazer enfrentamento de duas doenças de nomes feios. Uma delas secular é a fome. Aguda e crônica,a outra é o racismo estrutural e assassino..
No Brasil a fome tem endereço certo, cor, gênero e quase nunca  usa máscaras.
E o 13 de maio?

Crédito da Foto:https://www.facebook.com/padremiguelnews- Em Recreio dos Bandeirantes-Rio de Janeiro