Ela me conta que a mãe mora na roça, numa dessas brenhas do interior alagoano, que de tão minúscula, nem consta no mapa das políticas públicas.
Ela me conta que a mãe não é uma mulher de muitas idades, mas,extremamente, antiquada no jeito de ver o mundo.
A mãe acha normal que o marido (o pai), seja áspero no trato, bruto nos gestos, e não permite que filh@s interfiram, pois, como homem da casa e o provedor pode tudo.
Envolvida em seu mundo de descobertas ,na academia, a moça tenta explicar sobre violentação e abusos para sua mãe, mas, a mulher diz pra ela calar a boca. Que falar mal do pai é desrespeito.
Foi a mãe que a ajudou a transpor todas as pontes e chegar a esse mundo novo que hoje habita , mas agora, há muitas pedras no caminho. Ela não entende a mãe, e a mãe não a entende.
A moça pensa que a mãe, despida da própria identidade se faz serva de um mundo onde o marido reina absoluto. E, como a mãe tem muitas mulheres que agem e pensam assim- conclui reflexiva

Raízes da África