Bolsonaristas em estado de choque!

25/04/2020 16:23 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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A demissão de Sergio Moro provocou o maior racha entre todas as esferas do bolsonarismo. Como se sabe, existe a turma dos fanáticos, gente que segue o presidente Bolsonaro como quem obedece cegamente aos mandamentos de uma divindade. Outro tipo é formado por “cidadãos de bem” cansados da corrupção da esquerda. Entre estes estão advogados, empresários e jornalistas – para citar exemplos clássicos do fenômeno. Há ainda os que vibram com a celebração da lei do mais forte e reverenciam a pistolagem.

Misturadas a estes que acabo de citar estão as falanges recrutadas por Bolsonaro para combater a ameaça do comunismo globalista. Aqui em Alagoas, a frente de caça aos miseráveis comunistas conta com deputados, procuradores de Estado, negociantes do varejo e, mais uma vez, valentes da velha imprensa. Toda essa galera está mais ou menos em estado de choque após a queda de Moro.

A verdade é que garotões e veteranos da “direita liberal” estão alucinados com a guerra declarada entre o ex-ministro e o capitão da tortura – até então exaltados como dois heróis pelos doentinhos da cabeça que acreditam em milagres. Para quem é governista (e bolsonarista) incorrigível, a hora é de cravar em Moro as piores acusações: juntou-se ao marxismo cultural e à ideologia de gênero!

Uma das coisas mais engraçadas no meio dessa comédia-pastelão foi ver a reação de pilantras como Allan dos Santos, Bernardo Küster e Leandro Ruschel. Cito os três, mas poderia citar não sei quantos do mesmo esgoto. São supostos “influenciadores”, com fãs e fanzocas aqui por Alagoas também. Para essa gentalha, a demissão de Moro não passava de mentira da “extrema imprensa”.

Quando o racha entre o então ministro e o presidente se tornou oficial, esses sabujos, do alto de sua delinquência, entraram em parafuso. São bolsonaristas. E são moristas. E agora, o que fazer diante de um dilema tão angustiante para eles? Pelo que entendi, entre uma firula e outra, todos “lamentam” o ocorrido, mas cada um que faça seu malabarismo para justificar a escolha tão delicada.  

Vi mensagens de afamados homens públicos alagoenses tratando do divórcio Moro-Bolsonaro. É constrangedor. Velhotes, pais e avôs, se portam como adolescentes histriônicos. Trocam imagens, como a bandeira do Brasil, com frases de lamento pelo que consideram “um dia muito triste”. No falatório idiota, essa turma sempre dá um jeito de ofender a imprensa que faz jornalismo sério.

Como escrevi no texto anterior, entre o juizinho corrupto e o miliciano do Planalto, dou um pelo outro, passo os dois adiante e não quero torna. É mais ou menos assim que ainda se fala, creio eu, no interior do Brasil, quando pretendemos dizer que duas porcarias se equivalem. Mas claro que este pensamento magoa profundamente os rapazes da “nova política”, os patriotas da bala e da tortura.

Não há dúvida quanto ao prejuízo para Bolsonaro. É impossível que ele mantenha o mesmo percentual de apoio depois de tudo isso. Bem antes do novo terremoto, o elemento já havia sido abandonado por nomes de peso, digamos assim, como Alexandre Frota e Joice Hasselmann.

Sim, estamos no mundo dos “arrependidos”, dos “decepcionados”, dos que se sentem “enganados” pelo presidente que, para eles, tinha todas as credenciais para um estadista. Durma-se com uma lorota dessas! Agora estão se rearrumando dentro da barcaça governista. A guerra está no começo.

Enquanto escrevo saem notícias sobre a gang de Bolsonaro nas redes sociais. Ninguém se engane. A Quadrilha das Fake News segue a todo vapor. A ordem entre figuras como aqueles maloqueiros que citei acima – os “influenciadores” – é para destruir a reputação de Moro, moristas e afins. Sai da frente.

Na margem oposta do pântano, há os que preferem seguir o herói de toga, o homem que “acabou” com a corrupção da velha política. Moro vem aí como candidato a presidente em 2022. Mas esta é outra história. Por enquanto, ainda sob o choque da realidade, bolsonaristas rezam pela família.

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