Em defesa da vida, fique em casa!

23/04/2020 18:49 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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Muito se fala sobre o efeito de mensagens transmitidas por WhatsApp que espalham mentiras sobre a pandemia do novo coronavírus. Aqui mesmo em Alagoas, gente fanática pelo presidente Bolsonaro, em nome dos “valores” da seita, manda ver na criminosa reprodução de fake news. Até figuras conhecidas, com atuação em entidades renomadas, se prestam ao desserviço. Notícia ruim corre mais rápido – daí as traquinagens com a tragédia da Covid-19 na boca do povo. Mas nem tudo está dominado pelo mal.

Digo isso após receber mensagens, de diferentes pessoas, próximas ou não, com vídeos gravados por enfermeiros e médicos, por exemplo, tratando da crise que vivemos. E o que dizem? Elas estão na contramão daquele outro time – o dos negacionistas vendados pela ideologia terraplanista. São as vozes da sensatez que merecem nossa atenção. Às vezes, parece que não, mas isso existe.

Sem alarme, sem nada de pânico, mas sem menosprezar o problema, uma médica ou um especialista em pesquisas por medicamento nos mostram o que é essencial neste momento de emergência. Alguns desses depoimentos chegaram ao noticiário. É o caso da infectologista Luciana Pacheco, que exerce cargo de direção no Hospital Escola Helvio Auto. Ciência e seriedade salvam.

Nos últimos dias, alguns estados no país anunciaram, cada um de acordo com sua realidade, medidas de flexibilização do isolamento social. O governador Renan Filho suspendeu a quarentena em poucos setores do comércio, como foi amplamente noticiado. Nada que represente um liberou geral, como defendem os adeptos da teoria que trata o vírus como uma diabólica trama comunista.

Os profissionais da saúde ressaltam o avanço da doença em Maceió, com doentes identificados em 41 bairros da capital. Em Alagoas, até a hora em que escrevo, eram 324 casos e 22 mortes. Ainda não teríamos atingido o auge da pandemia – quando finalmente se espera que os números comecem a cair. Até lá, o que está previsto para maio, não se deve recuar um milímetro na prevenção.

Apesar do barulho que fazem os negacionistas, a lógica é o que prevalece. Além dessa turma, claro, o time que pressiona pra valer pela volta de todos os setores da economia são justamente os empresários. Naturalmente o lobby da categoria – diversa e espalhada em incontáveis ramos – está na garupa de políticos, com e sem mandato. Apontam terra arrasada no setor produtivo.

Sim, é o velho debate sobre saúde e economia. Como já escrevi, parece óbvio que a defesa da vida é o que tem de determinar ações diante da crise. Nesse cenário, é relevante, e bastante saudável, que prevaleçam nas redes, de qualquer natureza, a troca de informação séria. Diferentemente das invencionices em sentido contrário, os médicos avisam: devemos ficar em casa. É mais seguro.

Claro que fica mais difícil enfrentar um ataque de coronavírus com um governo federal que sabota os caminhos da ciência. Vejam o que acaba de dizer o inexpressivo chanceler Beato Salu, também conhecido como Ernesto Araújo. O elemento não se constrange em passar vergonha mundo afora.

Embarcam nessa canoa da demência os analfabetos políticos e os engajados no projeto bolsonarista. Não tem escapatória. Enquanto isso, do lado da sanidade e da razão, enxergamos a via da segurança, com as regras da medicina. E não há salvação sem isolamento – em algum nível, por algum tempo.   

Na verdade, é a forma mais eficaz que se conhece na prevenção da pandemia. Evitar a rua, os contatos, as aglomerações. Porque não temos remédio nem vacina, e porque ninguém inventou nada melhor até agora, o certo é, de novo e sempre, ficar em casa. Simples assim, diriam nossos cronistas.

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