Quando a bebê nasceu linda, lorinha , com belos olhos claros foi  sensação da rua. Filha temporã, a não-esperada,  de uma família  com a prole já crescida. 
Era minha vizinha da esquina. 
Ela cresceu e foi tomando rumos na vida.  Ainda era a filha temporã,  a não-esperada que veio para ficar. Às vezes saía pelo mundo falando consigo mesmo. Era falante, simpática, comunicativa.
Às vezes, não.
Casou e engravidou. O marido morreu antes de conhecer a filha, que hoje tem 19 anos.
A filha trouxe, o Gabriel, o neto,beirando os 3 anos, que ela basicamente criou, e era devotada ao garoto.
E hoje na casa dos trinta e poucos anos, ela morreu . A temporã da família apressou o passo e voou.
Segue em paz, vizinha!
Que a espiritualidade a abrace bem apertado e cante cantigas de reencontro.

Segue em paz, Noeminha!