Deputado sugere demissão de Mandetta: “Covarde e demagogo”

14/04/2020 15:06 - Vanessa Alencar
Por Vanessa Alencar
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Em pronunciamento na sessão desta terça-feira (14), quando voltou a defender o isolamento vertical, o deputado Antonio Albuquerque criticou o que classificou de “exercício patético da demagogia” por parte de alguns políticos e sugeriu a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Fico profundamente incomodado, por exemplo, quando vejo esse rapaz, esse ministro da Saúde, que se apresenta como um homem preparado, competente - jamais para função pública, porque é demagogo, covarde - querer usar a força e os trilhões do governo federal, resultado do trabalho do povo brasileiro, para tentar se autopromover politicamente... Esse Mandetta, que até alguns dias contava com minha admiração, hoje conta com meu repúdio. É  um covarde”, desabafou o parlamentar.

“O presidente deveria fazer valer a autoridade que o povo lhe outorgou e demiti-lo a bem da ordem, porque ninguém é insubstituível”, prosseguiu Albuquerque, chegando a sugerir, em outras palavras, uma possível substituta, a médica oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi, de São Paulo.

“Esse Mandetta não é insubstituível. O presidente precisa passar ao brasileiro a segurança de sua autoridade, que está em xeque face o comportamento desse ministro”, completou.

Durante sua fala, o deputado estadual disse que “exageros criminosos estão sendo praticados” durante o isolamento horizontal, quando é necessário fazer um “enfrentamento racional”, protegendo os grupos de risco e evitando, quem sabe, uma recessão econômica que, segundo ele, “talvez se torne a mais letal pandemia que poderemos enfrentar”.

“Tem que ter isolamento, mas vertical. O isolamento horizontal, a meu ver, é absurdo... É confortável o isolamento de quem tem uma boa casa, apartamento, fazenda... Alguém leva em consideração o isolamento das famílias que moram nos cortiços, habitações insalubres ocupadas por inúmeras pessoas?”, questionou, frisando a necessidade de proteger os grupos de risco, a exemplo dos idosos.

“O transportador, o pedreiro, o cabelereiro, o profissional liberal... As pessoas que ganham de manhã pra comer à noite e alimentar sua família, como estão vivendo?”, prosseguiu Albuquerque, questionando ainda a curva de contágio da doença: “Quero que apareça uma autoridade, estadual, federal, mundial, que diga quando essa curva deixará de existir... Porque todo dia a data muda... Essa curva vai durar até quando? Até quando haverá o isolamento horizontal? Quem pode garantir que esse vírus será erradicado com 30, 60, 90 dias ou quantos dias for o isolamento?”.

Albuquerque também cobrou a adoção de providências objetivas para o enfrentamento da crise, entre elas a instalação do Comitê - do qual faz parte - que irá tratar dos efeitos econômicos da pandemia do Covid-19 em Alagoas.

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