Jair Bolsonaro: isolado, fraco e perigoso

12/04/2020 15:29 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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Jair Bolsonaro descobriu que não é o dono absoluto das ruas. Nunca esteve nem perto disso, mas, com a onda da extrema-direita que varreu o jogo político e eleitoral nos últimos anos, pareceu ter potencial para mobilizar multidões infindáveis. A sensação de que estaria tudo dominado pela escória do bolsonarismo se espalhou com a explosão das redes sociais. Mas a maioria dos brasileiros rejeitou o candidato que venceu a eleição. No primeiro ano do mandato, se consolidou nos 30% o apoio a Bolsonaro.

Com todo o respeito por esta parcela de nossa gente brazuca, o percentual resume o que infelizmente passou a ser chamado de “Gado”. Não sei como medir em escalas e patamares a postura e as ideias expostas pelos governistas mais apaixonados. O que sabemos é que há os que se arrependem; há os que sumiram bem antes da pandemia; e há os fanáticos e obedientes fiéis.

Pensei essas coisas ao ver Jair Messias ser vaiado durante passeio por Brasília. Diferentemente do cercadinho diário, quando faz seu número circense próximo ao Palácio do Planalto, houve panelaço, “fora Bolsonaro” e vaias. É um sintoma diferente do que se passava até um dia desses. Aos poucos, os protestos foram voltando. O presidente incapaz descobre que a rede social não resolve tudo.

Para além da popularidade e dos apoios políticos que possa ter, fato é que Bolsonaro é um presidente enfraquecido e isolado. Sabe-se lá como dialoga com os tais generais da linha de frente no governo. Braga Neto, Augusto Heleno e Mourão, cada um de um jeito, jogam um papel relevante nos rumos que a conjuntura vai tomando. Manietado pelo entorno, Bolsonaro está agoniado.

E embalado na sua agonia de presidente que não pode usar a caneta como gostaria, o elemento tende a ficar ainda mais perigoso. Para dar vazão aos impulsos de sua mente danificada, Jair sai às ruas para espalhar vírus e fake news. O que mais ele tentará para impor o que pensa e deseja? Parece um suspense que a todos desafia – nas esferas da política e nos ambientes de nossas instituições.

A lógica não existe para Bolsonaro e sua seita. Ele seguirá atacando todos os princípios defendidos pelas autoridades de saúde do mundo inteiro. Mas por que um governante seria tão burro a ponto de apostar seu futuro no que há de mais errado numa crise como a atual? Ele acha que vai convencer a população com a ladainha de que é vítima de teorias da conspiração e coisas desse tipo?

Aí é preciso lembrar de algo incontornável quando se analisa a política de Bolsonaro: todas as suas ações estão baseadas na fraude, na farsa, na mentira. Bolsonaro é uma fake news ambulante. Nunca houve um chefe de governo como ele. O amigão de milícias vive o mundo paralelo dos farsantes – a tal ponto que, mesmo no fracasso estrondoso, ele festeja o “sucesso” inexistente. É um incurável.

Um governo que acabou antes de completar um ano e meio de mandato. Foi o que disse o senador Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional. Nos partidos, na imprensa, nas instâncias da sociedade civil e das instituições, é mais ou menos isso o que se pensa. Fernando Henrique Cardoso afirma que o país “vai sangrar mais três anos com Bolsonaro”. É uma previsão até óbvia.

No país, governadores, prefeitos e demais autoridades na máquina pública massacram Bolsonaro, acusado de ser o “grande aliado” do vírus que mata milhares de pessoas. Lá fora, líderes das mais variadas tendências repudiam a postura indecente do mandatário brasileiro. Ao lado do capitão ficam os milicos golpistas, ministros do terraplanismo ideológico e garotões do cristianismo liberal.

Por isso, finalmente, vieram os panelaços e as vaias. Demorou! Uma aberração como Bolsonaro pode até sambar por algum tempo, mas não é possível que o país fique refém de um lixo como este por longo período. Diante dos últimos fatos, consolidam-se, pois, duas vias para o rastaquera imoral: ou se arrasta desmoralizado até 2022, ou será afastado antes, caso continue a delinquir.

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