Governador acerta ao prorrogar decreto de isolamento! E o uso das redes sociais

05/04/2020 20:39 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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O governador Renan Filho faz o que tinha de fazer ao prorrogar mais uma vez o isolamento social em Alagoas. Ele informou a decisão em dois textos publicados no Twitter na noite deste domingo 05/04. Escolas e comércio ficam fechados, com prazos diferentes. No comunicado, o governador explica ter seguido o que recomendam as autoridades médicas e a medicina. Certamente vai incomodar os que se aliam ao pensamento do presidente Bolsonaro. A quarentena se mantém ao menos até o fim deste mês.     

Vamos ler o que escreveu o governador no Twitter sobre a prorrogação das medidas contra o coronavírus: Quero informar que prorroguei o decreto de emergência que estabelece medidas preventivas de isolamento como forma de reduzir contaminados por coronavírus em Alagoas. Segui mais uma vez a ciência e nossos melhores profissionais de saúde para preservar vidas alagoanas.

Num segundo texto, Renan Filho explica como ficam a educação, o comércio e a gestão pública: Seguem com atividades suspensas escolas públicas e privadas até 30/4, estabelecimentos comerciais até 20/4 e os servidores públicos estaduais continuam em regime de teletrabalho até o dia 20/4. Outros detalhes técnicos poderão ser observados amanhã no novo decreto.

Como diz o próprio governador, não temos detalhes sobre o decreto que renova a quarentena, o que haverá nesta segunda-feira. Na informação que liberou ele revela uma diferença de prazo entre escolas e estabelecimentos comerciais. Por que essa diferença? Empresários reivindicam algum relaxamento no quadro de fechamento geral. Sem dúvida, os efeitos econômicos são devastadores.

Mas não é possível relativizar a gravidade da pandemia. O país precisa encontrar meios que garantam renda a pessoas que são mais afetadas. Nesse ponto, o papel do governo federal é vital. O problema é que temos na chefia de governo um tresloucado que sabota as orientações de seu próprio Ministério da Saúde. A politicagem mais depravada dita as ações de Bolsonaro e patota.

O que está posto é o seguinte: ainda chegaremos a números mais dramáticos. É a projeção de praticamente todos os especialistas. Diante disso, a receita não é afrouxar as regras em vigor – algo que serviria para potencializar a tragédia. Deve-se manter a atenção aos cuidados com o perigo do contágio. De maneira irresponsável, o presidente da República incentiva a sabotagem ao bom senso.

Redes sociais e Jornalismo

Para comentar um aspecto paralelo à pandemia, vou chover no molhado. As redes sociais mudaram tudo para sempre. Não adianta reclamar, subestimar, fazer piada ou simplesmente recorrer a xingamento. É como brigar contra a existência do vento e das montanhas. E faz tempo que o peso da comunicação virtual, direta e instantânea deixou de ser algo do campo pessoal. Está nas instituições.

Por que tudo isso agora? Porque, de novo, o govenador recorreu à internet, ao Twitter em particular, para dar uma informação oficial. Está errado? Tem algum problema de origem nesse recurso? Claro que não. É o que fazem governos e governantes mundo afora. O único problema seria uma informação falsa – mas isso nada tem a ver com o meio que se usa para um comunicado.

Eu soube da decisão do governador porque uma pessoa da minha família me avisou. Assim que ouvi a informação, fui navegar em nossos portais da imprensa, incluindo este CM. A notícia não estava em nenhum deles. Esta é a realidade dos novos tempos, seja ou não do meu gosto. Ao jornalismo, cabe aprofundar a apuração dos fatos. (Enquanto escrevia o texto, a novidade chegou aos sites).

Na internet, autoridades devem zelar pela transparência, pelo cuidado com a informação, com redobrada responsabilidade. Não se pode, naturalmente, seguir o modelo Bolsonaro. Ao contrário, ele é exemplo de tudo o que ninguém pode fazer por aí, ainda mais sendo uma figura pública com atribuições sobre a vida das pessoas. Fora disso, “acusar” o uso das redes sociais é besteira.

Na semana passada, Renan Filho foi criticado pelo modo como informou a morte de uma primeira vítima por Covid-19 em Alagoas. Não foi lá a melhor coisa mesmo. Mas nada que justifique o carnaval da “oposição” na Assembleia Legislativa. É muita zoada por algo secundário na crise que atinge o mundo inteiro. Se não cometer nenhuma loucura (ou crime), qualquer gestor pode recorrer às redes.

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