É domingo,15/03 de sol parrudo, em Salvador, Bahia e chego ao aeroporto tendo como destino o regresso à casa, Maceió.
Na fila para o despacho da bagagem vejo a senhorinha, frágil, em uma cadeira de rodas,de máscaras,  olhos lacrimejantes  desabafando com uma atendente/recepcionista da empresa aérea AZUL.
A senhorinha,deve ter idade aproximada dos 70 e poucos anos e diz  à recepcionista  que é a primeira vez que viaja de avião e a neta chegou ao aeroporto deixou-a numa cadeira de rodas e foi embora, dizendo ter medo de contrair o vírus do COVID-19.
Os aeroportos são portas de entrada e saída das muitas gentes daqui e dos estrangeiros, sem que haja nenhum controle do estado.
A senhorinha enxuga, discretamente as lágrimas, desolada, uma tanto perdida dentro da situação. A  atendente da AZUL conversa  mansamente com ela , acalmando o coração da aridez do abandono da neta. Afetivamente falou que até chegar ao destino, teria gente da companhia para cuidar dela.Ela não estava  só.
E após os tramites da emissão da passagem, a mocinha tão bonita e humana levou a senhorinha em sua cadeira para o portão de embarque.
Eu, fiquei ali,alimentando um sentimento, não tão bom, por essa  neta  egÓlatra, que abandonou a avó, uma senhorinha cheia de medos, em uma tarde de domingo, no aeroporto de Salvador, em sua primeira viagem de avião.
Bem triste!