O palco da Roda de Conversa Preta: m qual mão você ainda, segura? Rediscutindo os caminhos do ativismo/militância, iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas foi um Centro Histórico, de Salvador, em uma sexta-feira,13,com o vazio de gente ecoando nas ruas.
Tempos de Convid-19.
Mas, falamos pelos cotovelos e nos cumprimentamos com ele.
Tinha gente preta reticente levantando pontos de vista , a partir do exercício da auto-militância, que faz em espaços recuados e anônimos nos territórios baianos.
"Não gosto de me auto declarar movimento negro, sou mais uma mulher preta e periférica em movimento,que quer fazer um trabalho bom para a comunidade onde moro.
Fora da minha comunidade, sou uma grande desconhecida e prefiro mesmo fazer esse trabalho de uma forma anônima. Ninguém me conhece, mas, sei quem sou e sei do compromisso que tenho com minha história-disse a militante", que se recusou a posar para foto..
Sônia Menezes, afirmou que a questão do auto-pertencimento surgiu quando se foi da Bahia. "Fui embora da Bahia no auge da ditadura e foi no Rio de Janeiro que despertei para luta. Lá conheci o movimento negro e estou no aprendizado de ser uma mulher preta, até hoje. Ser mulher reta,pobre e periférica é uma aprendizagem diária.
A Bahia é minha casa , para qual retornei,mas foi o Rio quem me deu todo suporte"- afirma.
"O movimento está apartado,meio perdido nas lutas da causa e voltado mais para a questão da política partidária. Muitas dessas mulheres que vão para rua cobrar "Quem matou Marielle",ainda não aprenderam a estender a mão para a companheira que está ao lado"-acrescentou.
Na Roda Preta teve a percepção que o movimento hierarquizou lugares.
O que é movimento negro? A interrogação rolou entre as mesas e calou o povo, por um tempo, até que uma das participantes respondeu:
-Uma incógnita!
E Conversa Preta continua se fazendo roda.
De gentes!
A ação conta com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas , Governo do Estado de Alagoas, através da SECULT,SEPREV , SECOM e da ativista soteropolitana, Sônia Menezes.