Jair Bolsonaro, o Pinóquio do Planalto

10/03/2020 01:30 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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A quadrilha que governa o Brasil está assanhada com mais uma iniciativa de ataque às instituições, no “protesto” marcado para 15 de março. O gado fiel a Bolsonaro está pronto para pedir o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. É isso o que a “nova direita” defende como princípio ideológico de alto relevo. Que porcaria! É por isso que acho uma graça os garotões dessa turma ainda quererem posar de pensadores no combate ao “marxismo cultural”. A idiotia se junta à canalhice como nunca se viu.

Na noite desta segunda-feira, passeando pelo exterior, o presidente miliciano voltou a atacar o Poder Judiciário, o Congresso e a imprensa. Sem surpresa nenhuma, o capitão da tortura saiu-se com mais uma cretinice, agora numa afronta à Justiça Eleitoral. Segundo o desqualificado que desonra a Presidência da República, ele não ganhou a eleição no primeiro turno porque teria havido fraude.

O adorador de torturadores disse ter “provas” de que sua candidatura recebeu muito mais votos do que oficialmente foi contabilizado. Afirmou ainda que, no segundo turno, a diferença em relação a Fernando Haddad foi muito maior do que aponta o resultado das urnas. É a estratégia do confronto, do tumulto, turbinada com uma espécie de teoria da conspiração. Uma mentira presidencial.

A mentira é arma essencial de um governo que nada tem a apresentar ao país, a não ser a estupidez e a brutalidade. Como já escrevi aqui, não tem conversa com Bolsonaro. Ele se move em tempo integral para destruir reputações e valores da democracia. A nova tacada, desta vez para cima da Justiça Eleitoral, faz parte dessa pantomima depravada. Será assim até o fim do mandato.

Vejam o que ele disse sobre o resultado das eleições: “Pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito no primeiro turno, mas, no meu entender, teve fraude”. Não explicou nada sobre a origem dessas informações secretas que apenas ele conhece.

Ainda no discurso sobre sua ficção, o Pinóquio do Planalto acrescentou o seguinte: “E nós temos não apenas palavra, temos comprovado; brevemente quero mostrar. Porque precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, passível de manipulação e de fraudes”.   

Depois do discurso, o presidente que apoia grupos de extermínio foi questionado pela imprensa. Os jornalistas queriam que ele esclarecesse as suspeitas sobre a lisura das eleições brasileiras. E, claro, como sempre faz em ocasiões assim, pulou fora feito um moleque irresponsável. Calou-se.

No mesmo palavrório para um grupo de brasileiros que o apoia, Bolsonaro recitou a cantilena de sempre: ele e sua milícia de seguidores precisam agir para evitar a “volta da esquerda” ao poder em 2022. Santo Deus! Os rapazolas da direita alagoana vibram com as sacadas de um estadista.

Não se espante se, daqui a pouco, Bolsonaro aparecer dizendo que tudo isso – sobre fraude nas urnas – foi apenas uma expressão de sua desconfiança. Ele é capaz de negar tudo o que disse e atribuir a safadeza, de novo, a essa maldita imprensa comunista. É o padrão moral do sujeito.

Quando tem de falar sobre os números medíocres da economia, ele chama um comediante, fantasiado de Bolsonaro, para distribuir bananas a jornalistas (foto). Ora, se é pra ter palhaçada, o palhaço é o próprio dono da faixa presidencial – não precisa convocar o Carioca para o papel.

Serei repetitivo: é um tanto tedioso dar atenção às palavras do incapaz que exerce a Presidência. Pela obrigação do ofício, no entanto, tenho que falar na contramão do que considero mais um atentado contra o país. A quadra que hoje atravessamos já é um dos momentos mais degradantes na História.

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