Era uma manhã dessas, segunda- feira de carnaval, o sol fervilhando confetes na orla da capital Maceió,em Alagoas.
O sol escaldante duela com os 30 graus da fervura de calor.
Estamos em Maceió, a capital litorânea nordestina queridinha de turistas.
Na caminhada diária vejo um homem, na areia da praia de Jatiúca,e obsevo sua destreza ao equilíbriar,com o corpo, uma montanha de chapéus.
Achei espetacular e desejei a aproximação para saber mais sobre a sua relação "empreendedora" com o acessório.
E na volta (viva!) o encontro , em um momento de descanso no passeio da praia,e descubro chamar-se Cláudio .
Peço permissão para tirar uma foto do homem e dos mais estilosos acessórios, com variados modelos e estampas . Com a permissão concedida inicio uma conversa , tipo "fale-me sobre você"
O Cláudio,com o suor escorrendo rosto abaixo e um cansaço passeando pelo olhar, diz que tem 47 anos e a comercialização dos chapéus pelos caminhos da orla de Maceió,Alagoas, é seu "emprego".
Afirma que foi a força do desemprego que o empurrou para as ruas.
E dá pra viver dessa forma?- quero saber.
Cláudio diz que não é rico, mas é dessa renda que vem criando os 4 filhos.
"Faz 20 anos que faço isso.Tem seus altos e baixos, mas, a gente continu persistindo"-diz, e levando a palavra à ação equilibra a mercadoria e retoma às vendas.
Cláudio é uma só cabeça, mas nele habita os muitos chapéus dessa mirabolante arte da sobrevivência.
Sobrevivência,entende?
É mais uma segunda-feira de carnaval, em Maceió,de um sol quente.
Muito quente!

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