Manhã de sexta-feira, 14/02, encontrei Das Dores no ônibus.
Maria das Dores fez história. É a primeira reeducanda a participar, como  delegada estadual de Conferência Nacional, ou seja, na 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres,em Brasília, em 2017.
A participação das Das Dores nasceu da  iniciativa do Instituto Raizes de Áfricas, com o apoio da SERIS.
Foi um encontro empático, com abraços e afetos.
Conversamos,( o motorista e cobrador amigos dela,  atentos),  e  me perguntou das viagens do Instituto Raízes de Áfricas.
Lembrou da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres e disse, emocionada que foi a primeira vez que andou de avião.
Em processo satisfatório de reintegração social, Das Dores  fala o quanto é difícil recomeçar, mas, afirma ter coragem de desbravar universos complexos.  Diz , dos muitos passos da caminhada, mas, também tem exaustão.
Das Dores não é mais uma menina de colégio e vender tapioca sol a sol é um processo de sobrevivência desgastante, exaustivo.
São tantas pedras no caminho, bem mais além, daquela de Drummond, o poeta. 
Desci do ônibus e trouxe Das Dores n'alma, pensando que se  já é muito difícil ser mulher preta,em uma mundo eurocêntrico e segregador,  imagina para ela...
Fico feliz que essa mulher,ainda tem sorrisos, e insiste.
Boa sorte, Das Dores!