Rodrigo Veloso, carioca do  MUDi - Movimento Unificado pela Diversidade,escreve:


(...) No Brasil dos dias atuais, uma parcela minoritária entre os trabalhadores, com acesso às melhores informações, aos canais de comunicação e às melhores técnicas para disputar a política, se debate entre acusações, sendo que de um lado há trabalhadores assalariados e do outro, também. Enquanto isso, a burguesia paira acima dessas disputas, parecendo acomodar como uma cadeira quem quer que se sente no trono.
E, se no centro dos grandes centros urbanos professores universitários e militares, como grupos mais bem organizados da pequena classe média, literalmente se matam, resta aos pobres nas favelas e subúrbios negociar sua participação no jogo político como massa de manobra, em troca de migalhas que sobram dos restos oferecidos aos trabalhadores em geral. É a forma através da qual pedem pelo desentupimento de bueiros, vagas no hospital, auxílio para algum enterro etc.
Não é que lhes falte consciência de classe, mas é que lhes sobra senso da realidade.
Quer seja para meramente continuar remendando o capitalismo, com melhorias aqui e acolá, ou para subverter a ordem e acabar com a chantagem, nacionalizando o setor produtivo, a realidade com a qual todo projeto político terá que lidar é essa. Independente se o identitarismo é hipister ou fardado, no final do dia o ser humano olhar para como garantir comida, casa, saúde e lazer. E o mais certo de tudo é que terá mais sucesso quem oferecer a melhor proposta para conseguir essas coisas.


Fonte: Perfil no facebook do Rodrigo Veloso