O primeiro herói que tive foi um meninozinho preto, com um sorriso cheio de buracos, desdentado, bucho faminto, meu aluno, o Cícero, que negociava arrastando um carrinho de frutas e verduras, no Mercado da Produção, em Maceió,AL.
Ele me dizia:- Tia, um dia  vou ser grande.
Não foi.
Morreu, ainda pequeno  com uma bala,certeiramente, perdida.
Cícero, o menino preto carregado de sonhos,  encontrou a "paz" numa vala  rasa de cemitério. 
O ser preto suborna o benefício da dúvida.
 Agora é um herói imortal. 
Será que o menino descansa em paz?