O Ministério Público Estadual (MPE/AL) abriu uma investigação criminal para apurar o episódio ocorrido na virada do ano dentro do Condomínio Aldebaran, onde o promotor de Justiça Alberto Jorge efetuou oito disparos de arma de fogo contra a residência de uma vizinha. A portaria foi publicada no Diário Oficial do MPE, nesta sexta-feira (03).
No dia do ocorrido, o promotor foi levado para a Central de Flagrantes, após os moradores acionarem a Polícia Militar. A investigação será conduzida pelo Procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, mas conforme portaria seguirá em sigilo.
Ainda segundo a portaria, o ato do promotor pode ser tipificado no artigo 15 da Lei do Desarmamento, que prevê uma pena de 2 anos e 4 meses de reclusão por "disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime", e no artigo 163 do Código Penal, que prevê pena de 6 meses ou multa por destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.
Os tiros efetuados pelo promotor atingiram a caixa de som da vizinha. Em um vídeo, que circulou nas redes sociais, uma moradora afirmou que o promotor efetuou os tiros contra a casa da vizinha por estar irritado com o som alto.
“Nós estávamos na festa que fazemos há 3 anos, ele veio reclamar do som dizendo que se mudou da Ponta Verde para ter sossego. Aí foi contra a casa de uma vizinha, que só tem tinha quatro mulheres, e atirou”, relata a moradora em trecho do vídeo.
De acordo com a portaria, o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, tem 5 dias para enviar ao MPE cópia da documentação confeccionada pelo delegado de plantão. O promotor foi liberado após prestar depoimento na Central de Flagrantes.