Campeão da Libertadores e do Brasileiro, o Flamengo deu um passeio histórico sobre todos os rivais, mas mostrou, sobretudo, imenso desequilíbrio e o começo, tudo indica, do fim do futebol brasileiro.
“Brasileiro mais desigual da história é fruto do crescente abismo nas cotas de tv, analisa André Barcinski, jornalista e diretor de TV, na Folha (leia aqui). “Quem acompanha os bastidores de nosso futebol sabe que isso é resultado, em grande parte, de uma estratégia financeira iniciada há menos de uma década pelo Grupo Globo. A emissora vem, ano a ano, desequilibrando as cotas de TV dos times.”
De acordo com Barcinski, “Para quem cresceu amando o futebol brasileiro por seu equilíbrio e histórico de “zebras” e surpresas (o Guarani campeão em 1978, o Coritiba em 1985, o Bahia em 1988), é triste ver que uma “espanholização” chegou com força por aqui”.
Ele diz ainda que a culpa não é apenas dos clubes beneficiados financeiramente e que o Brasil caminha na contramão de outros países quando o tema é o equilíbrio entre os competidores.
O jornalista também revela “que o número de brasileiros que dizem não ter interesse nenhum por futebol cresceu consideravelmente nos últimos oito anos. Em pesquisa Datafolha realizada de 29 a 30 de janeiro de 2018, 41% dos entrevistados disseram não ter interesse por futebol. O índice é dez pontos percentuais maior que o de pesquisa realizada em abril de 2010, a última que abordou esse tema”.
“Por aqui, o desequilíbrio se acentua ano a ano. Nas últimas cinco edições do Brasileiro, os títulos foram disputados, principalmente, por três clubes: Corinthians, Palmeiras e Flamengo. E só vai piorar”, prevê André Barcinski.
E você, leitor, acha que o jornalista tem razão ou tudo não passa de simples dor de cotovelo de torcedor de outro time?