O ataque das milícias virtuais de Bolsonaro

08/09/2019 18:12 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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O presidente Jair Bolsonaro montou uma quadrilha de milicianos virtuais no Palácio do Planalto. São os integrantes desse núcleo marginal que fabricam e espalham, pelas redes sociais, os ataques mais violentos contra qualquer pessoa vista por eles como oposição ao governo. Para ser mais preciso, essa milícia da internet cumpre as ordens do presidente e de seus três filhotes. Bolsonaro levou para o governo a mesma estratégia criminosa – baseada em fake news – que garantiu sua eleição.

Pelo que se noticia diariamente na imprensa, a gang governista não perdoa ninguém – nem mesmo os aliados que ousam alguma ponderação sobre as vulgaridades vomitadas pelo Messias dos garotões da nova direita. Sobre os aliados, basta ver o que ocorreu com o general Santos Cruz, o ex-ministro Gustavo Bebiano ou o deputado Alexandre Frota. Foram alvos de campanhas que tentam desmoralizar a reputação do três, depois de mostrarem resistência ao arrastão miliciano.

O caso mais quente, nos últimos dias, envolve justamente o ex-ator global que se elegeu à Câmara Federal no embalo da onda bolsonarista. Depois de revelar os métodos truculentos da seita, Frota acabou expulso do PSL sumariamente. Já filiado ao PSDB, o parlamentar segue no ataque. Ele acaba de apontar alguns suspeitos por inventar falsas notícias a partir das hostes governistas.

A informação de Frota nem chega a ser novidade. Em maio, a revista Veja publicou ampla reportagem que detalha quem é quem no bunker e como agem os ativistas que lambem as botas do ridículo presidente. São elementos sem a menor qualificação para ocupar os cargos que ganharam de presente em retribuição ao que aprontaram ainda na campanha eleitoral.

Título e subtítulo daquela reportagem na Veja são autoexplicativos quanto à degradação na Presidência da República: “Milícias Digitais: a militância virtual que vem degradando o debate público brasileiro agora até falsifica conversas de WhatsApp de um ministro”. A vítima dos pilantras era Santos Cruz, então titular do ministério do Jair na Secretaria de Governo. Ele cairia logo depois.

Como falei, a Veja deu nome e mostrou a cara dos celerados que passam o tempo espalhando mentiras pelas redes sociais. E tudo isso a partir do coração do governo. Os caras ganham em média 14 mil reais de salário para cometer crimes cujos mandantes são o presidente e seus filhos. É sensacional ver idiotas do bolsonarismo esbravejar a “honestidade” e a “decência” do governo.

Bolsonaro se elegeu galopando em mentiras de toda ordem – e continua com a mesmíssima estratégia. É o que está no DNA dessa corja. Sem isso, não sobra nada no perfil de figuras medíocres alugadas para servir ao governismo. Enquanto isso, lá se foram oito meses de crises e nenhuma ação relevante pra resolver tantos problemas ou incentivar o desenvolvimento do país.

Como a gang dos milicianos virtuais segue em plena operação, sem chance de mudar de tática – porque são bandidos mesmo –, é de se esperar que a coisa toda piore a cada dia. Bolsonaro não tem cura, naturalmente. Seus fanáticos seguidores também não. E assim lá vai o Brasil descendo a ladeira, sob os ideais da “nova política”. Que as instituições resistam às aberrações dessa horda.

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NOTA. Este blog deve ser diário. Mas, por razões misteriosas, o blogueiro ficou alguns dias sem produzir a devida atualização. Retorno hoje, em pleno domingo, ao exercício do jornalismo livre.

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