Adeilto Lima que é empreendedor e palmarino de coração, escreve:
"O Parque Memorial Quilombo dos Palmares (Serra da Barriga) hoje intitulada como Patrimônio Cultural do Mercosul é um equipamento de estímulo e fortalecimento da cultura afro brasileira ,ressignificando a história de grandes guerreiros e heroínas nas terras de Palmares, onde se constituiu o maior movimento e grito pela liberdade das américas (União dos Palmares).
No entanto, desde sua constituição, as politicas adotadas a partir da Serra, de inclusão social e econômica, passam distante da realidade onde a mesma está inserida,e dos quilombolas que lá habitam.
A sociedade residente na Serra,e em seu entorno dela, pouco recebe iniciativas e políticas justas que melhorem a vida dos que mais precisam.
A tradição ,de boa parte, dos artesãos que lidam com a arte, a partir da cerâmica, em curto espaço de tempo pode desaparecer, tendo em vista que, até o momento, não houve políticas públicas com programas capazes de manter viva uma tradição que já passa de meio século.
O agravante do processo é que- desde a implantação do Parque, políticas locais, regionais e nem tão pouco as federais, através de seus recursos milionários conseguem gerar valor efetivo para as comunidades satélites.
Porque será que, há mais de 10 anos, não há resultados reais do ponto de vista quantitativo e em especial qualitativo? Os recursos são majoritariamente escoado para a capital alagoana? Existe falta de governança local que ainda não conseguiu se mostrar membro importante e estratégico para o desenvolvimento da região a partir do Serra? Existe concentração de recursos em órgãos ou entidades que não fizeram o dever de casa? Por que as comunidades satélites não são ouvidas nestas ações? Os pacotes fechados e prontos para a Serra, sem levar em conta os anseios, sonhos e talentos das comunidades tiveram efetividade? Muitas são as questões a serem respondidas e replanejadas, levando em consideração um processo de desenvolvimento endógeno.
Mais um exemplo é a atual liberação de emenda parlamentar do Deputado Federal JHC de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), que será gerido pela ONG Anajô, no qual a cidade novamente, não foi inserida de forma coletiva e ampla no planejamento, e nem tão pouco, nas inciativas executadas com o valor acima. Uma política de exclusão que não leva em consideração os anseios, os sonhos e os talentos locais para integrarem a iniciativas como esta!
É extremamente importante que as instâncias envolvidas na condução da Serra da Barriga, repensem o modelo de “governança” adotado há mais de 10 anos, e que, até o momento, não gerou efetividade na geração da inclusão social, cultural e econômica.
Todavia, faz-se necessário assumir o dever de casa, no qual as instancias locais precisam ocupar seu território e assumir de vez uma liderança regional, criando pontes, como agente articulador, agregador e incentivador.
Por que o Projeto "Vamos Subir a Serra" (emenda parlamentar do Deputado Federal JHC) exclui a população de União dos Palmares?
A Serra da Barriga somos todos nós"- afirma Adeilto Lima