Após vistoriar 200 residências, a Defesa Civil Municipal solicitou a vinda de técnicos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) a Maceió para estudar o aparecimento de fissuras em casas no bairro Bom Parto nos últimos meses. Os levantamentos da Defesa Civil na região servirão de base para os estudos do órgão nacional.

De acordo com a Defesa Civil, o aparecimento de fissuras aumentou o número de abertura de Registros de Ocorrência (RO) no Bom Parto, levando a Defesa Civil de Maceió a encaminhar equipes com engenheiros, geólogo e geógrafo para análise do problema.

“Recebemos vários Registros de Ocorrência de fissuras que estavam se abrindo no bairro e viemos acompanhar para saber qual a direção que as fissuras seguem e a dimensão delas. Foi constatado que ela tem um sentido, estamos fazendo este levantamento no bairro inteiro e vamos encaminhar à CPRM para que seja estudado se tem relação com a instabilidade de solo que afeta os bairros Mutange, Bebedouro e Pinheiro”, destacou a diretora operacional da Defesa Civil, Joanna Borba.

De acordo com o coordenador de Proteção e Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, durante o trabalho de monitoramento, mais de 200 casas foram visitadas pelos profissionais da Defesa Civil, onde foram analisadas a parte de engenharia das edificações e a instabilidade de solo no bairro.

“A gente esteve com engenheiros, geólogos e geógrafos avaliando esta questão. É uma área de mangue, então tem muito aterro, mas não descartamos a relação com a instabilidade de solo que afeta os outros dois bairros próximos. Fizemos um levantamento e estamos elaborando um relatório que será entregue à CPRM para que ele sirva de base para os estudos. Mas já solicitamos do Governo Federal a vinda de técnicos do Serviço Geológico para estudar e identificar a causa dessas fissuras”, disse Dinário.

O levantamento colheu informações de campo em casas alternadas e em sequências de casas quando identificada a ocorrência de fissuras. “Fizemos um trabalho de estatística, indo casa sim, casa não e, quando encontrávamos alguma evidência, era avaliada uma sequência de casas para verificar e confirmar se a evidência se propaga ou não. Encontramos algumas aberturas que, muito provavelmente, para a engenharia, são de recalque diferencial, quando uma construção sofre um rebaixamento causado pelo espessamento do solo em que foi erguida, que tem um alinhamento e segue uma linha bem clara em diversas casas. Esse fenômeno é possivelmente decorrente de movimento de solo, isso se assemelha ao que vem acontecendo nos outros bairros, mas estamos investigando tudo isso”, completou Victor Azevedo, engenheiro da Defesa Civil.

*Com informações da Assessoria.