Müller acerta na crítica ao CSA e erra ao pedir perdão após histeria de cartolas e torcida

18/07/2019 11:19 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

O ex-jogador Müller, hoje comentarista de futebol, enfureceu a torcida do CSA, dirigentes do clube e, claro, nossos valorosos cronistas do esporte em Alagoas. O motivo da revolta foi uma opinião do cara sobre o desempenho do Azulão na derrota de um a zero para o Corinthians. Num programa da TV Gazeta de SP, ele mandou o seguinte: O que o CSA veio fazer na Série A? Um time desse, medíocre... Pelo amor de Deus, vai jogar o tempo todo lá atrás, dando chutão, dando cabeçada.

O tempo fechou, torcedores querem matar o comentarista, e os cartolas do CSA divulgaram nota para repudiar as palavras consideradas ofensivas. Tem até gente acusando Müller de incentivar intolerância e violência. Aí já é demais. Não vejo nada disso no diagnóstico apresentado pelo ex-atleta. Como tudo nesse mundo é “polêmica”, o caso virou notícia de alcance nacional.

Acossado diante da tremenda repercussão do episódio, o próprio Müller se rendeu à histeria dos azulinos em todas as esferas – das arquibancadas às redações da imprensa. É muito barulho por nada, vamos combinar. Nem preciso acrescentar que o tamanho da confusão é coisa típica do ambiente enlouquecido das redes sociais. O comentarista se retratou e pediu “perdão”.

Ele publicou um texto todo choroso, exagerado – na internet, claro –, no qual só faltou anunciar algum tipo de autoflagelação violenta. Agiu como se tivesse cometido um pecado mortal e, por isso, fosse merecedor de medonho castigo. Tão errado quanto o disparatado chilique da turma do CSA é o pedido de desculpas do profissional – que deve opinar com firmeza, sem medo da reação.

Luís Antônio Corrêa da Costa, o Müller, escreveu seu nome no futebol pelo que jogou no São Paulo, nas décadas de 80 e 90 do século passado. Conquistou títulos estaduais, brasileiros e foi campeão mundial de clubes. Com a camisa da Seleção Brasileira, esteve em três Copas do Mundo. Hoje, aos 53 anos de idade, parece ter deixado para trás os dias de pastor encapetado.

Dizer o que se pensa tem um preço. Não raras vezes a censura se dá pela truculência física. O que não falta por aí é mequetrefe disposto a tudo para calar a voz de quem incomoda, seja lá o tema que estiver em pauta. Contra isso há as garantias de liberdade de expressão e de imprensa. Cravar opinião contundente provoca respostas toscas e, aí sim, intolerantes e preconceituosas.

Você pode discordar do comentarista; pode reagir à vontade, desde que apresente argumentos para o que ele pensa sobre o CSA. Pode também bater duro se acha que ele está completamente errado em suas ideias. Agora, choramingar baboseiras e apelar a um teatrinho de indignação, em defesa da honra alagoense, menos! A única bola fora de Müller foi pedir desculpas.

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