A pesquisa Ibrape realizada em Maceió, entre os dias 18 e 19 deste mês, me faz voltar ao tema por conta de um dado - não tratado com maior profundidade mas de extrema importância - divulgado neste espaço na semana passada (leia aqui) com exclusividade: o alto índice de aprovação da forma como Renan Filho (MDB) governa Alagoas.

76% dos 5 mil entrevistados aprovam a maneira como Renan Filho governa e 20% desaprovam. 4% não sabe/não opinou. Como o objetivo da pesquisa é a eleição de 2020 na capital, a leitura de hoje é que Renan Filho tende a ter extrema importância na disputa.

No pleito do ano passado ele já foi o principal responsável pelo novo mandato do seu pai. A sua maiúscula vitória salvou o senador Renan Calheiros (MDB) da derrota.

Mas, naturalmente, para o futuro que se aproxima tudo depende das escolhas e de como os grupos serão formados. Aprovação agora não é sinônimo nem garantia futura de vitória, claro. E nesse ofício ainda existe o imprevisível -prisão de Lula e eleição de Jair Bolsonaro é o exemplo mais recente.

Além disso, repito, a formação de grupos de apoio terá bastante peso, assim como o cenário nacional.

Como estarão posicionados Rui Palmeira, Rodrigo Cunha, Marcelo Palmeira, Eduardo Canuto, JHC, Alfredo Gaspar, Maurício Quintella, Ronaldo Lessa, Cícero Almeida, Renan Calheiros, Biu de Lira, Davi Davino, Sílvio Camelo, entre tantos outros atores?

A partir de agora as peças estão em intenso movimento para início e continuação de paqueras que podem terminar em namoros, casamentos, separações e, inclusive, muita, muita traição.

Afinal de contas a próxima eleição também terá influência decisiva na de 2022, quando o atual governador conclui o seu mandato e deverá disputar a única vaga de senador por Alagoas.

EM TEMPO – 1 - A reeleição no Brasil completou 20 anos em 2018. Articulação para implantação ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso. Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) permitiu, em 1998, que prefeitos, governadores e presidentes passassem a tentar um segundo mandato em sequência.

2 – Os governadores alagoanos anteriores reeleitos beneficiados com essa mudança foram Ronaldo Lessa e Teotonio Vilela. Contudo, nenhum deles jamais atingiu 76% de aprovação em Maceió.

3 – Há também quem aposte que o índice de aprovação do governante atula seria ainda maior caso a pesquisa tivesse sido feita em todo o estado de Alagoas.