Alguns pré-candidatos a prefeito de Maceió! Quem é quem no começo da corrida

25/05/2019 03:02 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Na quarta-feira 22/05, o CADAMINUTO publicou pesquisa feita pelo Instituto Ibrape sobre a eleição para prefeito de Maceió. Ainda estamos há um ano e meio da disputa, mas, é da tradição brasileira, o tema praticamente não sai da pauta política uma semana sequer. Na liderança do levantamento, aparecem dois nomes que realmente estão de olho na cadeira de Rui Palmeira – e não é de hoje.

São eles João Henrique Caldas, o JHC, e o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça. Um parêntesis: nunca houve um chefe do Ministério Público Estadual com tanta presença no universo da política partidária alagoana, ainda que, por razões óbvias, ele negue essa evidência. Doutor Alfredo, como gosta de ser tratado, e JHC têm discursos parecidos na batalha por votos.

A dupla se agarra na retórica do combate à corrupção, sob a inspiração de Bolsonaro, Sergio Moro, Lava jato e todo o carnaval que embala os “cidadãos de bem” que despertaram nos últimos tempos brasileiros. O chefe do MP tem uma pegada mais ajeitada na valentia contra os bandidos e no ataque ao “abuso” dos direitos humanos. É o que seduz as mais extremadas vozes da “nova direita”.

O deputado-sigla é filiado ao PSB. Em seus planos para encarar a guerra, da qual já participou e saiu derrotado em 2016, ele espera contar com o apoio do senador tucano Rodrigo Cunha. A juntar os dois está, aí também, a conversa de “renovação” da política. É uma equação complicada. O PSDB de Cunha é o mesmo partido do prefeito Rui Palmeira, que sinaliza ter outros planos sobre um sucessor.

Em segundo mandato, Rui indica preferir como candidato à sua cadeira aquele que é seu vice desde janeiro de 2013: Marcelo Palmeira. Não é por acaso que há pouco mais de um mês o prefeito nomeou o vice para o cargo de secretário de Assistência Social. É uma porta escancarada para ele aparecer como gestor, com a mão na massa, e com isso virar notícia por ações pela cidade. Ganhar holofotes.

Além de eventuais afinidades entre JHC e Rodrigo Cunha, há um detalhe importante que explica o namoro dos dois: a mãe do deputado, a ex-prefeita de Ibateguara Eudócia Caldas, é suplente do senador tucano. O jovem arapiraquense reivindica a qualidade da tal renovação, mas, como revela a escolha da suplente, já deu várias provas de que sabe negociar como nos bons e velhos tempos.

Claro que há outras variáveis, mas o prefeito e o senador terão de se entender sobre essas duas postulações, a de JHC e a de Marcelo Palmeira. Há poucos dias, Rui deixou a presidência do PSDB em Alagoas e passou o posto para o senador. Em rede social, o prefeito disse que ambos vão trabalhar por “candidaturas tucanas para o próximo ano eleitoral, na capital e interior”. Será?

Já Alfredo Gaspar de Mendonça atrelou sua trajetória, nos últimos anos, ao clã dos Calheiros. Foi secretário de Segurança do governador Renan Filho, de janeiro de 2015 a abril de 2016. Só deixou o cargo após decisão do STF que proibiu agentes do MP exercerem cargos no Executivo – a não ser que renunciem à carreira na instituição. Contrariado, doutor Alfredo voltou a ser promotor de Justiça.

Mas essa parceria não acabou – o que mostra que não era algo circunstancial. Digo isso porque, como se sabe, o governador nomeou, em janeiro deste ano, um filho do chefe do MP para o cargo de presidente da agência que cuida da agropecuária alagoana. Há quem veja aí um claro exemplo de nepotismo cruzado. Mas, como já tratei do assunto aqui, deixo essa questão de lado. Volto à eleição.

Fato é que Gaspar de Mendonça seria o nome favorito do governador – e de seu pai, o senador Renan Calheiros – para candidato a prefeito da capital. Pode mudar? Lógico. Tudo nessa vida pode mudar. Estamos ainda em maio de 2019, e a hora do voto será em outubro de 2020. Enquanto escrevo, todos conversam e trocam impressões quanto aos cenários futuros. Hoje está assim.

A pesquisa do Ibrape traz também como virtual candidato o deputado estadual Davi Davino Filho, o que nos leva a outra equação a ser resolvida pela cacicada. É que o jovem (mais um da “renovação”) é do Progressistas, mesmo partido do vice Marcelo Palmeira. O dono da legenda em Alagoas é o ex-senador Benedito de Lira, com forte participação e influência na gestão de Rui na prefeitura.

Especulo: numa eventual aliança entre PSDB e Progressistas, Davino pode sair como vice; resta saber de quem. E existe ainda o ensaio dos celerados do PSL, com a possível candidatura do também deputado Cabo Bebeto, nosso bolsonarista no parlamento estadual. Aí começamos a entrar no buraco negro da atual cena política no país. Resumindo, tudo isso é só uma parte do que virá.

(O leitor pode conferir a pesquisa completa do Ibrape aqui no site. São ao todo treze nomes, entre eles Ronaldo Lessa, Maurício Quintella, Tereza Nelma e até Rafael Tenório, o mandachuva do CSA).

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