Acaba a jogada bilionária da Lava Jato

13/03/2019 13:14 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Os menudos palestrantes do Ministério Público Federal de Curitiba, que gostam de “provar” suas teses contra investigados por meio de power point, perderam a boquinha dos 2,5 bilhões de reais que davam como certa. Em texto anterior, tratei do caso – uma verdadeira anomalia, sem precedentes no mundo jurídico brasileiro. A brincadeira tinha como mentor intelectual o “procurador das bochechas rosadas”, Deltan Dallagnol. Era assim que o rapaz se vendia num site que comercializa palestras.

A presepada foi bombardeada por todos os lados, como não poderia deixar de ser. Diante da repercussão, os idealizadores da jogada anunciaram um recuo na intenção de criar uma fundação de direito privado para administrar aquela fortuna. O dinheiro é fruto de pagamento de multa da Petrobras, num acordo fechado com a justiça dos Estados Unidos. De fato, um troço grotesco.

Ainda bem que a Procuradoria Geral da República reagiu à altura (e rápido) para anular a invencionice. A chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge, já recorreu ao STF para tornar sem efeito o tal acordo entre Lava Jato e Petrobras. Os procuradores da República de Curitiba falaram pelos cotovelos, na tentativa de defender a lisura e a boa intenção da ideia que tiveram.

Como já escrevi em textos anteriores, alas mais afoitas do MPF e da Polícia Federal pretendem governar o país. Com esse objetivo na cabeça, patrocinam abusos a rodo em várias investigações. A tal entidade de caráter privado seria na verdade um fundo bilionário para garantir projeto político.

O voluntarismo dos justiceiros do MP contamina a instituição Brasil afora. Em cada estado, agora, tem um grupinho certo de que está investido de uma missão especial – quer salvar o Brasil desses tempos terríveis da corrupção. Para quem gosta de historinha fantasiosa, o enredo engana pra danar.

Alagoas também tá nessa. E, como em outras regiões do país, as investidas mais celeradas estão mais no âmbito do MP estadual do que no federal. É previsível. Nos últimos anos a ordem por aqui é pé na porta, sem perguntas prévias. Tudo em defesa dos cidadãos de bem que adoram uma pistola.

A derrota dos menudos valentões de Curitiba nesse episódio não encerra a jornada da turma em busca de poder absoluto. Em breve, pode pintar nova jogada para fortalecer a tropa. Mas o caso serviu para mostrar a eles que, ao contrário do que imaginam, não estão acima de tudo e de todos.

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