Mais uma papagaiada do autoritarismo

26/02/2019 23:18 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

O Brasil tem hoje como ministro da Educação um trapalhão idiota, e que é também um exemplar representante do pensamento abrutalhado que norteia o governo do capitão da tortura. Ricardo Vélez Rodriguez, o colombiano que fala com dificuldade o idioma de Vieira e João Cabral, acaba de acrescentar uma vigarice em sua incrível coleção de abusos. Desta vez queria obrigar escolas a filmar alunos cantando o Hino Nacional e repetindo o slogan do governo. Nem na ditadura!

Mas este governo da nova direita, dos garotões conservadores, do liberalismo avançado etc. etc. não tinha como missão tirar o Estado das costas do cidadão? Este governo não é aquele da Escola sem Partido? Este governo não é aquele em que a gestão da coisa pública deveria ocorrer “sem viés ideológico”? É o que cacarejam até hoje os intelectuais de araque tonificados pelas redes sociais, excitados com as mensagens de Bolsonaro e seus três filhotes – os vira-latas marombados.

Os fanáticos acreditaram. Ou fingiram acreditar. Ou pensam exatamente como o ídolo. O ministro reproduz os valores deploráveis do chefe e de tudo o que ele representa. O mais grave na mensagem pilantra de Vélez Rodriguez é a recomendação para que a garotada repita o slogan de campanha e do governo Bolsonaro – “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Isso é crime sob mais de um critério. Fere os Códigos Penal e Eleitoral, o Estatuto da Criança e a Constituição.

O ministro da Educação – que nada sabe sobre educação – acha que o brasileiro é “canibal” e “ladrão”. Suponho que os meninos bolsonaristas, que idolatram Carluxo e adoram uma pistola, devem concordar com ele. Vejam o nível de quem foi escolhido para tratar de um setor simplesmente estratégico para o desenvolvimento do país. Qual é a surpresa diante desse espetáculo deplorável? Nenhuma. Tudo em harmonia com o palhaço que governa o país. Vélez Rodriguez tinha de cair fora.

Diante da repercussão, o imbecil voltou atrás. Segundo a imprensa, ele admite que sua brilhante ideia foi um “erro”. Errado é tudo o que sai das cabecinhas doentes que integram esse ajuntamento que forma o desgoverno. Como já escrevi aqui, com Jair Messias, o Brasil ensina ao mundo como é que se faz para produzir um retrocesso aos padrões do medievalismo. Estamos na vanguarda do atraso.

Reitero que algo com tamanho grau de estupidez e evidente autoritarismo não foi praticado entre nós nem pela ditadura instalada em 1964. Mas essa é a alma do governo que o país escolheu em outubro de 2018, num surto psicótico que traduziu ao mesmo tempo as demandas dos privilegiados e de outros nem tanto. Em tempo recorde, o governo Bolsonaro expõe uma mediocridade chocante.

E não! Porque reitero também que não vejo surpresa na papagaiada do ministro. Ordenar a leitura do slogan da campanha eleitoral é caso de prisão em flagrante! Esse Zé Mané não tem condições de administrar coisa nenhuma – quanto mais comandar as políticas públicas para a educação brasileira. Ainda bem que deu tudo errado. Resta mais um vexame ao arquivo que tem tudo para explodir.

O governo de Alagoas e outros estados reagiram à determinação do ministério. E reagiram afirmando que não iriam seguir a ordem idiota do governo federal. A gestão Bolsonaro é desmoralizada pelo menos uma vez a cada vinte e quatro horas.Não sei se isso já foi registrado na História do Brasil. A julgar por essas relevantes medidas, pode manter seu otimismo todo aquele que assim quiser.

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