Eu torço contra Bolsonaro e sua seita

16/02/2019 03:04 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

O governo do laranjal e dos amigos de milicianos e torturadores anuncia o que considera uma grande iniciativa para a educação brasileira. Vem aí uma Lava Jato para enquadrar as universidades do país. A peça que instaura essa presepada é um documento assinado pelos ministros da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, e da Justiça, Sergio Moro. É isso mesmo: no governo Bolsonaro, ensino em sala de aula é assunto para a polícia. Foi pra isso que esse desqualificado chegou à Presidência.

É um tipo de projeto que os doentinhos fanáticos da “nova direita” querem ver prosperar na gestão do capitão que idolatra torturador e grupo de extermínio. Ao lado de invencionices assim, os eleitores do presidente querem emplacar medidas que interferem nas escolhas individuais da sociedade. É a chamada pauta de valores e costumes – aborto, gênero, casamento gay, cultura etc.

No mesmo balaio estão a liberação do faroeste, a censura a manifestações artísticas, a intimidação à imprensa livre, a perseguição a movimentos sociais e o monitoramento de professores. O governo também está usando arapongas da Abin para vigiar a Igreja Católica – como revelou O Estado de S. Paulo. Todo esse carnaval de sandices serve pra desviar o foco da indigência geral da turma.

Tudo de acordo com as promessas que fizeram a festa de analfabetos políticos durante a campanha eleitoral. “Vai acabar a mamata, comunista desgraçado!” – não era isso o que berravam o candidato e os histéricos fiéis da seita? Bolsonaro entrega lixo para quem prega ideias que brotam do esgoto. Na cabecinha desses “cidadãos de bem” é por aí que vamos construir um novo tempo.

Sergio Moro, o juizinho da Lava Jato, age como se ainda estivesse com a toga, patrocinando todo tipo de arbitrariedade, sem prestar contas a ninguém, rasgando a Constituição pra alcançar seus nebulosos objetivos. É emblemático que o convênio para emparedar as universidades seja uma obra celebrada entre Moro e Velez Rodriguez, o cretino colombiano que chamou os brasileiros de ladrões.

Por que o governo não incentiva uma Lava Jato para desvendar a misteriosa relação entre políticos do Rio e as milícias que dominam áreas inteiras da capital fluminense? Ou isso não tem importância, uma vez que milicianos matam negros e pobres? O Ministério da Justiça poderia também investigar a fábrica de candidatos laranjas que ajudou a eleger os “renovadores” da política instalados no PSL.

O fato é que Bolsonaro se elegeu sem proposta para coisa nenhuma. Ninguém soube o que essa anta teria como programa de governo, porque ele simplesmente não tinha o que mostrar. Fugiu de todos os debates, falando apenas para sua horda nas redes sociais. E acha que vai governar assim, na base de excrescências pelo Twitter. Nos primeiros dias, um desastre monumental.

Um presidente da República que fala em aumentar imposto – e é desmentido pelos subordinados horas depois. Um presidente que comemora quando um deputado denuncia estar sob ameaça de morte. Um presidente que toma decisões orientado por um filho viciado em ofender pessoas e instituições. Um presidente que marca entrevista e depois se esconde – e vira piada mundial.

Este é Jair Bolsonaro, que idiotas desavisados e filhinhos da “elite” ricaça definiram como “mito.” Realmente, a História não é um processo que anda sempre rumo a avanços. O quadro agora é do mais grotesco retrocesso. A prosperar os planos obscurantistas, o Brasil tem tudo para ensinar à civilização como se faz para mergulhar na era da pedra lascada. Somos um laboratório do atraso.

E ainda temos de ouvir os garotões da direita alagoana cobrando que todos devem torcer a favor do governo, porque afinal estamos “no mesmo barco”. Que piada é essa? Você é um torcedor de um regime que mira nos direitos e na liberdade individual? É a favor de maquetes de tiranete que se valem do poder para sufocar aqueles que pensam diferente? É favorável à censura oficial?

Definitivamente torço – e muito – contra todas essas porcarias que animam Bolsonaro e sua seita. Mas nem preciso torcer por nada, pois o governo já disse a que veio no primeiro dia. Em um mês e meio, o balanço é degradante. No ministério mais medíocre desde a redemocratização, Damares Alves é apenas o lado mais folclórico desse espetáculo de horrores, cretinices e truculência.

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